A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou esclarecimentos ao Supremo Tribunal Federal (STF) negando que tenha planejado solicitar asilo à Argentina ou descumprido medidas cautelares impostas pela Corte. A manifestação foi apresentada após determinação do ministro Alexandre de Moraes, em resposta a um relatório da Polícia Federal (PF) que apontava irregularidades.
Os advogados de Bolsonaro argumentam que o ex-presidente nunca esteve impedido de usar o “WhatsApp, trocar mensagens e se manifestar”. Segundo a defesa, “a tentativa de incriminar o envio de mensagens privadas para sua lista de contatos é dar uma interpretação elástica às medidas cautelares impostas”.
* A PF encontrou em seu celular uma carta com 33 páginas contendo um pedido de asilo político ao presidente argentino Javier Milei, alegando perseguição política no Brasil
* A defesa alega que o documento foi apenas uma “sugestão” recebida, e que Bolsonaro jamais considerou fugir do país para escapar do processo
* O ex-presidente está em prisão preventiva domiciliar desde agosto, após descumprir cautelares anteriores, incluindo a proibição do uso de redes sociais
* Novos indícios apontados pela PF sugerem que Bolsonaro teria enviado vídeos via WhatsApp para serem publicados por terceiros nas redes sociais
O relatório da PF também indiciou Bolsonaro e seu filho, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), por coação no curso do processo e abolição violenta do Estado Democrático de Direito. Ambos são suspeitos de utilizarem sanções aplicadas pelos Estados Unidos para interferir na ação penal da trama golpista.
As investigações revelaram mensagens entre Bolsonaro e seu filho Eduardo discutindo estratégias envolvendo tarifas impostas pelo governo americano como forma de pressão por uma anistia. Em uma das mensagens, Eduardo alertou sobre os riscos de uma “anistia light” que beneficiaria apenas os executores do 8 de Janeiro, argumentando que isso encerraria o apoio dos EUA.
A defesa mantém a posição de que todas as obrigações impostas pela Justiça foram cumpridas, contestando as interpretações da PF sobre o uso de mensagens privadas e a existência de um plano de fuga. O caso segue em análise no STF, aguardando novas deliberações do ministro Alexandre de Moraes.