A pressa quebra, a constância constrói. Uma reflexão sobre como seguir em frente mesmo sem ver o caminho todo
Estou num momento de transição de vida, saí de um trabalho e estou empreendendo de verdade. Aquele tipo de momento em que você acorda empolgado; mas vai dormir com mil dúvidas. O fato é que nem todo dia tem resposta. Nem todo dia tem cliente ou tem uma reunião marcada. Tem hora que parece que nada anda. Mas dentro de mim, muita coisa já mudou.
E aí vem a pressa. Aquela vontade de querer ver tudo pronto logo, projeto aprovado, serviços e produtos sendo comprados, dinheiro na conta, calendário cheio, segurança garantida. As contas não deixam de chegar e a vontade de viver tudo o que desejo não diminui.
Mas a vida não anda nesse ritmo. E tudo o que é forçado, quebra antes de crescer. Outro dia em uma de minhas terapias, falamos do arquétipo da tartaruga que me ensina muito nessa fase. O ensinamento vem de cada lugar, nossa Senhora. Mas voltando na Tartaruga, ela não corre, ela vai. Não se preocupa em chegar antes, se preocupa em não parar, ritmo e constância.
No dia a dia, é assim também: A gente planta uma ideia, mas já quer o resultado amanhã. Começa um projeto e quer o retorno no mês seguinte. Manda uma proposta e fica preso no “será que responderam?”. Fica abrindo o e-mail como se isso adiantasse o tempo, é muito chato.
Mas não adianta correr com o que ainda está criando raiz. Tem coisa que só cresce no silêncio.
Tem porta que só abre quando a gente para de bater e respira. Lembro da história de Moisés, quando Deus mandou ele atravessar o Mar Vermelho. O mar só se abriu quando ele pisou. Não antes. Não foi no grito, nem no medo. Foi na ação com fé.
É, eu acho que a vida é assim. Ela se move quando a gente confia. Mesmo sem ver o chão, mesmo sem garantia.
Então, hoje eu escolho ir no meu tempo. Sem perder a constância, mas também sem exigir pressa. Porque se eu acelero demais, não vejo o agora. E tudo acontece no agora, meu papel aqui é fazer o que tem que ser feito. Ande que o caminho se constrói, simples assim.
Não quer dizer que meus medos e minhas inseguranças sumiram, elas estão todinhas aqui. A diferença é que eu resolvi ir assim mesmo, sendo responsável da mágica das coisas acontecerem pelo simples ato de fazer.