“Comete um crime e vai treinar numa academia?”, disse juiz que manteve prisão preventiva de acusado por morte de gari

“Comete um crime e vai treinar numa academia?”, disse juiz que manteve prisão preventiva de acusado por morte de gari

Empresário Renê da Silva Nogueira Júnior teve prisão preventiva decretada após matar gari em Belo Horizonte. Juiz destaca comportamento violento do acusado

O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior teve sua prisão preventiva decretada durante audiência de custódia realizada nesta quarta-feira (13), após ser acusado de matar o gari Laudemir de Souza Fernandes em Belo Horizonte. O juiz Leonardo Damasceno considerou a personalidade do empresário como “violenta” e “desequilibrada”, destacando o comportamento do acusado que foi treinar em uma academia após o crime.

 “Ao que tudo indica, ele foi pra academia… quer dizer, comete um crime e vai treinar numa academia? Situação que merece apuração sobre a personalidade do agente”, afirmou o juiz.

 O Ministério Público solicitou a prisão preventiva, enquanto a defesa tentou o relaxamento da prisão, argumentando que Renê é réu primário, possui bons antecedentes e residência fixa. No entanto, o magistrado manteve a decisão baseando-se em elementos como a “perseguição ininterrupta” da polícia, identificação do veículo e reconhecimento de testemunhas.

Cronologia do Crime

* Na manhã de segunda-feira (11), Laudemir Fernandes foi morto após uma discussão de trânsito durante seu trabalho na coleta de lixo
* O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior exigiu que um caminhão fosse retirado da via, mesmo havendo espaço suficiente para passagem
* Após ameaçar atirar na motorista do caminhão, e mesmo com tentativas dos garis de acalmá-lo, o empresário efetuou os disparos
* O crime ocorreu no encontro das ruas Jequitibá e Modestina de Souza, no bairro Vista Alegre
* Horas depois, Renê foi localizado e preso em flagrante em uma academia no bairro Estoril

Histórico de Violência

O juiz considerou especialmente o histórico de violência doméstica do acusado, que inclui agressões contra uma ex-companheira, resultando em fratura de braço, além de um episódio de atropelamento. Durante a audiência, o magistrado enfatizou a gravidade do crime, classificando-o como homicídio qualificado e hediondo.

A arma utilizada no crime pertence à esposa do empresário, a delegada Ana Paula Lamego Balbino Nogueira, que não estava presente no momento do incidente. A Polícia Civil instaurou inquérito para investigar possível negligência na cautela da arma por parte da delegada, que segue no cargo até a conclusão das investigações.

O empresário, que não possui registro nem porte de arma, permanece detido no Ceresp Gameleira, na Região Oeste de Belo Horizonte. Durante seu depoimento, negou a autoria do crime, afirmando que havia apenas ido trabalhar, passeado com o cachorro e seguido para a academia.

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