O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) sugeriu que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pode expandir as retaliações contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), incluindo possíveis sanções à esposa do magistrado. As declarações foram feitas em entrevista ao jornal britânico Financial Times.
Em suas declarações, Eduardo Bolsonaro destacou que Trump possui diversas opções para intensificar as medidas contra autoridades brasileiras. “Sei que (Trump) tem uma gama de possibilidades em sua mesa, desde sancionar mais autoridades brasileiras, até uma nova onda de retirada de vistos e questões tarifárias”, afirmou o deputado.
O parlamentar sugeriu que o ministro Alexandre de Moraes já teria “esgotado suas opções” após decretar a prisão domiciliar do ex-presidente Jair Bolsonaro. “Acredito que poderia haver uma forte resposta aqui dos EUA, talvez sancionando a esposa de Moraes, que é seu braço financeiro”, disse, acrescentando a possibilidade de “uma nova onda de revogação de vistos dos aliados”.
Eduardo Bolsonaro planeja uma série de reuniões em Washington na próxima quarta-feira (13) para discutir os desdobramentos das medidas tarifárias. Segundo informações, as conversas podem incluir discussões sobre eventuais sanções ao presidente do Senado, Davi Alcolumbre, e ao ministro Gilmar Mendes.
O Financial Times destacou que o deputado brasileiro tem feito campanha para que os americanos apliquem medidas contra o Supremo, visando evitar uma possível condenação de seu pai. O jornal também enfatizou que as relações entre Brasil e Estados Unidos, consideradas as duas maiores democracias das Américas, atravessam seu pior momento em dois séculos de relação diplomática.
O parlamentar também revelou planos de viajar à Europa para buscar apoio às medidas já impostas pelos EUA. “Por exemplo, o líder do Chega, que agora é o segundo maior partido em Portugal, André Ventura, disse que também quer impedir Alexandre de Moraes de entrar em Portugal e congelar qualquer bem que ele possa ter lá, com base em leis de direitos humanos.”
As ações do deputado têm gerado críticas no Brasil. O presidente da Câmara, Hugo Motta, manifestou sua discordância: “Não posso concordar com a atitude de um parlamentar que está fora do país trabalhando muitas vezes para que medidas cheguem ao seu país de origem e tragam danos à economia do seu país”. O presidente nacional do PSD, Gilberto Kassab, também criticou a postura do parlamentar, classificando-a como “totalmente inadequada”.