O velório do gari Laudemir de Souza Fernandes, de 44 anos, assassinado na segunda-feira (11) em Belo Horizonte, foi marcado por forte comoção na manhã desta terça-feira (12). Durante a cerimônia, realizada na Igreja Quadrangular do bairro Nova Contagem, a mãe da vítima passou mal e precisou ser levada para uma UPA local.
A mãe de Laudemir, que não se alimentava desde que recebeu a notícia da morte do filho, sofreu uma queda de pressão logo na chegada ao velório, necessitando de atendimento médico imediato. O sepultamento está programado para as 14h30 no Cemitério de Bom Jesus.
Em meio à dor e revolta, familiares e amigos prestam as últimas homenagens ao gari. Lucineia de Souza, irmã de Laudemir, expressou sua indignação: “Foi injustiça o que ele fez com o meu irmão. Meu irmão não merecia isso. Ninguém aguenta mais essa impunidade no Brasil. Mata uma pessoa, sai pela porta da frente e pronto? Não é justo”.
O empresário Renê da Silva Nogueira Júnior, de 47 anos, suspeito do crime, foi preso em flagrante e transferido para o Ceresp Gameleira na madrugada desta terça-feira. Casado com a delegada Ana Paula Balbino Nogueira, ele permaneceu em silêncio diante dos questionamentos da imprensa.
Uma pistola calibre .380, mesmo calibre da arma utilizada pela delegada, foi apreendida no apartamento do casal no Vila da Serra, em Nova Lima. A suspeita é que a arma particular da esposa tenha sido utilizada no crime. O empresário nega a autoria do assassinato, mas apresentou versões contraditórias e foi reconhecido por testemunhas.
Segundo relatos, o crime teria sido motivado por uma discussão no trânsito no bairro Vista Alegre. Testemunhas afirmam que o suspeito ameaçou a motorista do caminhão de lixo com uma arma antes de atirar contra Laudemir. O dono da empresa terceirizada relatou que os garis imploraram para que o condutor não atirasse, mas sem sucesso. Laudemir foi atingido no abdômen e, apesar do socorro, não resistiu aos ferimentos.
A Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) emitiu nota lamentando o falecimento do gari, ressaltando que ele estava em serviço quando foi assassinado. Laudemir deixa uma filha.