O Governo Federal lançou o programa “Aqui é Brasil”, uma iniciativa abrangente destinada ao acolhimento de brasileiros repatriados e deportados. O programa oferece um conjunto completo de serviços, incluindo atendimento psicossocial, assistência em saúde, abrigo, alimentação, transporte e apoio na regularização documental.
A iniciativa é resultado de uma articulação entre diversos ministérios e conta com um investimento de R$ 15 milhões, através de um termo de execução descentralizada com a Agência Brasileira de Cooperação (ABC). O programa tem duração prevista de 12 meses e envolve a participação de múltiplos órgãos governamentais e organizações internacionais.
Desde fevereiro, o Brasil recebeu mais de 1,2 mil repatriados em operações organizadas pelo governo federal. Os dados coletados revelam um perfil detalhado desses brasileiros:
* Do total de 1.223 repatriados, 949 são homens, 220 mulheres e 54 não tiveram o gênero informado
* A maioria está na faixa etária de 18 a 29 anos (35%), seguida por 30 a 39 anos (29,6%) e 40 a 49 anos (23,6%)
* 89,13% chegaram sozinhos ao país, enquanto 10,87% estavam com familiares
* Após o desembarque, 61,39% foram acolhidos por familiares, 31,59% seguiram para casa própria ou alugada
* 53,39% têm ensino médio completo ou incompleto
* 26,2% possuem ensino fundamental completo ou incompleto
* 15,84% têm ensino superior completo ou incompleto
* 74,2% pretendem trabalhar no Brasil
* 18,3% desejam conciliar trabalho e estudo
A maioria dos repatriados veio dos Estados Unidos, principalmente dos estados de Massachusetts, Texas, Flórida e Nova Jersey. Durante sua estadia no exterior, 81,53% trabalhavam oito ou mais horas por dia, frequentemente em condições precárias.
Minas Gerais lidera como o estado que mais recebeu repatriados, seguido por Rondônia, São Paulo, Goiás e Espírito Santo. Apenas Piauí, Roraima e Amapá não foram indicados como destino pelos repatriados.
O programa também prevê ações específicas para a inclusão escolar. “Estamos em negociação com o Conselho Nacional de Educação, com o Ministério da Educação. Em breve, vamos ter uma resolução que orienta o sistema de ensino sobre o acolhimento das crianças filhas desses repatriados e também da população imigrante”, informou o ministério.