A embaixada brasileira na Itália confirmou nesta sexta-feira que a defesa da deputada federal Carla Zambelli apresentou um pedido para aguardar o processo de extradição em liberdade. A parlamentar, que se encontra detida na penitenciária feminina de Rebibbia, na periferia de Roma, teve sua prisão confirmada pela Justiça italiana.
Durante a audiência de custódia, conduzida pelo juiz italiano Aldo Morgigni da Corte de Apelação de Roma, Zambelli, que possui cidadania italiana, declarou sua intenção de não retornar ao Brasil, manifestando interesse em um novo julgamento em território italiano. A deputada estava acompanhada do advogado italiano Pieremilio Sammarco.
A Polícia Federal considera Zambelli foragida após sua condenação a 10 anos de prisão por falsidade ideológica e invasão cibernética ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O caso motivou o pedido de extradição apresentado pelo Supremo Tribunal Federal (STF).
O processo de extradição seguirá agora para análise na Corte de Apelação de Roma, onde tanto a Justiça italiana quanto os advogados de Zambelli apresentarão seus argumentos. A decisão poderá ser contestada na Corte de Cassação, instância máxima do Judiciário italiano.
É importante ressaltar que, mesmo com eventual aprovação do Judiciário, a decisão final sobre a extradição cabe ao Ministério da Justiça da Itália, que pode negá-la por motivos políticos. O atual governo italiano, sob liderança de Giorgia Meloni, mantém afinidade ideológica com setores da base de apoio de Zambelli, fator que pode influenciar a análise final do caso.
Caso a extradição seja autorizada, a defesa ainda poderá recorrer à Justiça administrativa, incluindo instâncias como o Tribunal Administrativo Regional e o Conselho de Estado. Especialistas indicam que o processo pode se estender por até dois anos, existindo a possibilidade de Zambelli ser liberada antes, especialmente se surgirem obstáculos de natureza política.