O ex-presidente Jair Bolsonaro está planejando uma intensa “agenda parlamentar” nos próximos dias, mesmo enfrentando restrições judiciais que incluem o uso de tornozeleira eletrônica e limitações quanto à divulgação de declarações em redes sociais, mesmo que indiretamente.
Durante sua recente visita à Câmara dos Deputados, Bolsonaro demonstrou sua estratégia política que visa manter sua influência no cenário político, mesmo durante o recesso legislativo.
* Bolsonaro pretende participar de sessões nas comissões de Segurança Pública e Relações Exteriores da Câmara, buscando manter sua projeção entre parlamentares da base bolsonarista.
* O ex-presidente está priorizando a pauta da anistia para condenados e investigados pelos ataques às sedes dos Três Poderes, apresentando-a como um “gesto humanitário” diante das sentenças consideradas severas.
* Há um estímulo à apresentação de novos pedidos de impeachment contra ministros do STF, especialmente focados no ministro Alexandre de Moraes, mesmo sem perspectiva real de avanço.
A situação judicial de Bolsonaro se agravou após sua visita à Câmara na segunda-feira, quando exibiu sua tornozeleira eletrônica e fez críticas às restrições impostas. Em resposta, o ministro Alexandre de Moraes determinou que a defesa apresente esclarecimentos sobre possível descumprimento das medidas cautelares.
O magistrado alertou que os atos do ex-presidente durante a visita podem configurar violação da proibição de uso das redes sociais, mesmo que indiretamente, e que a ausência de justificativa adequada pode resultar em sua prisão imediata.
Parlamentares próximos avaliam que Bolsonaro busca capitalizar politicamente as restrições judiciais para fortalecer sua narrativa de perseguição e manter mobilizada sua base de apoio. O projeto de anistia, no entanto, enfrenta forte resistência tanto no Congresso quanto no governo, que alerta para o risco de enfraquecer a responsabilização pelos atos antidemocráticos.