O presidente Luiz Inácio Lula da Silva lidera uma importante reunião de líderes progressistas ibero-americanos em Santiago, Chile, nesta segunda-feira, 21. O encontro tem como principais objetivos discutir o avanço do extremismo digital e enfrentar as recentes ameaças de Donald Trump à região.
O momento é especialmente significativo para o Brasil, que enfrenta um embate direto com os Estados Unidos após decisões que o governo Lula interpretou como interferência na soberania nacional.
* A discussão sobre o “uso de tarifas como arma” para fins político-eleitorais, especialmente após a carta de Trump ameaçando impor tarifas de 50% ao Brasil
* Debate sobre a regulação e taxação das big techs, incluindo propostas de governança digital conjunta e controle da inteligência artificial
* Análise do papel de governantes de direita radical na região e estratégias para combater a desinformação nas redes sociais
* Gabriel Boric (Chile) – anfitrião
* Gustavo Petro (Colômbia)
* Yamandú Orsi (Uruguai)
* Pedro Sánchez (Espanha)
O encontro, planejado desde o ano passado, enfrentou desafios de agenda entre os líderes, que finalmente conseguiram se reunir após uma videoconferência realizada no fim de fevereiro. A presidente mexicana Claudia Scheinbaum, também afetada por decisões de Trump, foi convidada mas não confirmou presença.
Durante a preparação para o encontro, o primeiro-ministro espanhol Pedro Sánchez propôs três medidas específicas para combater a desinformação: estabelecimento de sistema de pseudônimos, transparência nos algoritmos das plataformas digitais e responsabilização pessoal dos executivos das redes sociais por violações legais.
Segundo a presidência chilena, a cúpula se concentrará em três eixos principais: fortalecimento da democracia e do multilateralismo, redução das desigualdades e combate à desinformação com regulação de tecnologias emergentes.
A reunião ocorre em um momento crucial para o Brasil, que vem discutindo desde 2023 formas de regular as big techs, iniciativa que ganhou novo impulso após as recentes ameaças de Trump. No Palácio do Planalto, a carta do ex-presidente americano é considerada “um dos ataques mais explícitos à democracia brasileira”.