O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou-se nesta sexta-feira, 18, sobre a operação que o atingiu, classificando as medidas restritivas impostas pela Justiça como uma “suprema humilhação”. Em entrevista após colocar a tornozeleira eletrônica na Secretaria de Estado de Administração Penitenciária, em Brasília, negou qualquer intenção de deixar o país ou buscar refúgio em embaixadas.
“Isso é humilhação (usar tornozeleira eletrônica). Como não tem nada de concreto, ficam o tempo todo fustigando. Foi uma surpresa estar com a Polícia Federal na minha porta”, declarou Bolsonaro aos jornalistas.
Em entrevista à Reuters, o ex-presidente fez previsões pessimistas sobre seu futuro próximo:
* Manifestou expectativa de ser preso até agosto, durante o julgamento no Supremo sobre a tentativa de golpe de Estado
* Afirmou que “nunca se viu um processo tão rápido” como o seu
* Declarou estar “no cadafalso” e que aguarda apenas o momento em que o ministro Alexandre de Moraes “chutar o banquinho”
Um dos pontos mais sensíveis das restrições impostas é a proibição de contato com seu filho, o deputado federal licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), atualmente nos Estados Unidos. O ex-presidente se emocionou ao falar sobre o assunto, revelando que costumava conversar com o filho “dia sim, dia não”.
Bolsonaro expressou dúvidas sobre o retorno de Eduardo ao Brasil: “Acredito que ele não voltará. Se voltar, vai ser preso. O Eduardo é um garoto inteligente, fala inglês muito bem, fala espanhol, domina o árabe. Tem bom relacionamento com o governo Trump”.
Sobre as recentes medidas anunciadas pelos EUA, Bolsonaro argumentou que elas refletem um “incômodo” de Trump com o presidente Lula, criticando especialmente a aproximação do atual governo com países como China, Rússia, Irã e Venezuela.
Os familiares de Bolsonaro manifestaram apoio público. Eduardo criticou as decisões de Moraes em publicação em inglês, enquanto o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) classificou as restrições como “covardes”. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro recorreu a um versículo bíblico para expressar seu apoio.
A situação atual de Bolsonaro inclui o uso de tornozeleira eletrônica e outras medidas cautelares determinadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, em meio a investigações sobre tentativa de golpe de Estado.