O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) manifestou gratidão pela carta de apoio recebida do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Na mensagem, o republicano expressa preocupação com o julgamento em que Bolsonaro é investigado por suposta tentativa de golpe de Estado.
Por meio de um vídeo divulgado em suas redes sociais, Bolsonaro reiterou sua negativa sobre a articulação de um golpe e alegou estar sendo perseguido para ser excluído do processo eleitoral, embora já esteja inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
No pronunciamento, Bolsonaro se autodeclarou como a “maior liderança da direita da América do Sul” e afirmou: “Recebi com muita alegria a sua carta pessoal endereçada a minha pessoa, nela, a sua preocupação com a liberdade de expressão e também no tocante ao meu julgamento. Estou sendo julgado por um golpe de Estado, dado num domingo, sem tropas, sem armas, com a minha presença nos Estados Unidos. Algo completamente incrível, um crime inexistente”.
Trump, em sua carta, classificou como “terrível” o tratamento dado ao brasileiro e defendeu o fim dos julgamentos. O republicano também mencionou que “É minha sincera esperança que o Governo do Brasil mude de rumo, pare de atacar os opositores políticos e acabe com esse regime ridículo de censura. Estarei observando de perto”.
O apoio de Trump veio acompanhado de medidas práticas, incluindo a aplicação de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros importados pelos Estados Unidos, decisão justificada como um sinal de desaprovação por supostos “ataques à liberdade de expressão”.
Em resposta às ações americanas, o presidente Lula assinou o decreto da Lei da Reciprocidade, estabelecendo critérios de proporcionalidade para medidas de resposta a barreiras impostas a produtos e interesses nacionais. Adicionalmente, o governo dos Estados Unidos iniciou uma investigação comercial contra o Brasil, focando em questões relacionadas ao comércio digital e pagamentos eletrônicos.
Eduardo Bolsonaro, deputado federal licenciado e filho do ex-presidente, admitiu que a medida tarifária de Trump resulta de um “lobby” que ele realiza desde o início do ano junto a autoridades norte-americanas para pressionar o governo brasileiro.