China rejeita ameaça de Trump sobre taxas à Rússia

China rejeita ameaça de Trump sobre taxas à Rússia

Pequim critica ultimato dos EUA de sobretaxar parceiros comerciais russos e reforça apoio a Moscou em encontro entre Xi Jinping e Lavrov

A China reagiu fortemente nesta terça-feira (15) às ameaças do presidente americano Donald Trump de impor sobretaxas aos parceiros comerciais da Rússia caso a ofensiva na Ucrânia não seja encerrada em 50 dias. A declaração ocorre em meio a um encontro bilateral entre o presidente chinês Xi Jinping e o chanceler russo Sergey Lavrov em Pequim.

O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores chinês, Lin Jian, classificou a ameaça como uma “coerção que não leva a lugar nenhum”, enfatizando que pressões não são uma solução efetiva para os problemas atuais.

Ultimato americano e reação chinesa

* Trump anunciou durante reunião na Casa Branca com o secretário-geral da Otan, Mark Rutte, que a Rússia tem 50 dias para encerrar a guerra na Ucrânia
* O presidente americano ameaçou impor “tarifas secundárias” de até 100% nas exportações, afetando diretamente os parceiros comerciais russos
* A China, principal parceiro comercial da Rússia com quase 34% do comércio total, seria significativamente impactada por essas medidas
* Em resposta, Pequim reforçou seu apoio a Moscou durante encontro bilateral

Fortalecimento das relações sino-russas

* Xi Jinping encontrou-se com Lavrov à margem de um encontro ministerial da Organização de Cooperação de Xangai
* O presidente chinês defendeu que os dois países devem “reforçar seu apoio mútuo” e implementar consensos importantes alcançados com Putin
* Pequim e Moscou planejam “unir os países do Sul Global” para promover uma ordem internacional “mais justa e razoável”, segundo a agência Xinhua

A China mantém sua posição oficial de neutralidade no conflito entre Rússia e Ucrânia, embora nunca tenha denunciado a ofensiva russa ou pedido a retirada das tropas. O país asiático frequentemente pede o fim dos combates, ao mesmo tempo em que critica os países ocidentais por, segundo sua visão, prolongarem a guerra com o fornecimento de armas à Ucrânia.

O encontro aconteceu em um momento de intensificação da ofensiva russa na Ucrânia, com recordes semanais no número de drones lançados contra o território ucraniano. A visita de Lavrov à China ocorreu após sua passagem pela Coreia do Norte, onde recebeu garantias de apoio na guerra contra a Ucrânia, iniciada em fevereiro de 2022.

A Organização de Cooperação de Xangai, que reúne 10 países incluindo China, Rússia, Irã, Índia e Paquistão, busca atuar como contrapeso às organizações ocidentais, reforçando a cooperação em questões políticas, de segurança e comerciais. Durante o encontro, foram discutidos preparativos para uma futura visita do presidente Putin à China.

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