O governo brasileiro estabeleceu um comitê de emergência em resposta ao anúncio de taxação feito pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. A iniciativa, detalhada pelo vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB), visa desenvolver estratégias com setores produtivos para enfrentar possíveis impactos econômicos.
O comitê, que será oficializado por decreto no Diário Oficial da União, realizará reuniões estratégicas com diferentes setores:
* Uma reunião matinal com representantes da indústria para discutir alternativas e impactos no setor
* Um encontro vespertino com empresários e entidades do agronegócio para avaliar possíveis saídas comerciais
* O grupo interministerial inclui participação dos ministérios do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC), Fazenda, Relações Exteriores e Casa Civil
O governo brasileiro planeja uma abordagem dupla: além de ouvir os setores afetados sobre possíveis alternativas comerciais, como diversificação de mercados e fortalecimento do mercado interno, pretende estabelecer diálogo direto com instituições norte-americanas. Segundo Alckmin, as tarifas anunciadas por Trump afetam empresas de ambos os países.
O presidente Lula tem defendido uma postura “firme” diante das ameaças, mas prioriza o diálogo até 1º de agosto, data prevista para implementação das medidas. A Lei da Reciprocidade, que será publicada esta semana, permanece como última opção caso as negociações não avancem.
Um relatório da Amcham Brasil revelou que o superávit comercial dos Estados Unidos em relação ao Brasil atingiu US$ 1,7 bilhão, representando um aumento de aproximadamente 500% em comparação com o mesmo período de 2024. O governo brasileiro argumenta que a decisão de Trump tem caráter político, contestando as justificativas econômicas apresentadas.
O comitê busca alinhar discursos com setores influentes, como agronegócio e indústria, visando fortalecer a posição brasileira tanto internamente quanto externamente contra as medidas anunciadas por Trump.