Em novo depoimento ao Supremo Tribunal Federal (STF), o tenente-coronel Mauro Cid revelou detalhes sobre encontros, mensagens e movimentações financeiras relacionadas ao período pós-eleições de 2022. Entre as revelações mais significativas, Cid confirmou o repasse de R$ 100 mil a pedido de um militar, com recursos provenientes do general Braga Netto.
Durante a audiência conduzida pelo ministro Alexandre de Moraes, Cid detalhou uma série de eventos que incluem monitoramento de autoridades e articulações entre membros das Forças Armadas. O depoimento trouxe à tona informações sobre uma operação de monitoramento denominada “Punhal Verde e Amarelo” e uma importante reunião realizada em novembro de 2022.
* Entre 12 e 16 de dezembro, ocorreu um primeiro monitoramento relacionado à operação Punhal Verde e Amarelo, solicitado pelo major De Oliveira. Cid afirmou que não acredita que o coronel Câmara tinha conhecimento dessa ação.
* Uma reunião inicialmente programada para o Palácio da Alvorada foi transferida para a residência do general Braga Netto, em Brasília. O encontro aconteceu após conversas com o coronel Ferreira Lima e o major De Oliveira durante um evento em Goiânia.
* Durante a reunião, que segundo Cid teve tom de “desabafo político” com críticas ao resultado das eleições, o tenente-coronel se retirou antes do término.
* Posteriormente, o major De Oliveira procurou Cid solicitando recursos financeiros. Após uma tentativa sem sucesso junto ao partido, Cid buscou auxílio com Braga Netto, que providenciou R$ 100 mil, posteriormente repassados ao major De Oliveira.
Sobre o monitoramento de autoridades, foi mencionada uma mensagem enviada pelo coronel Marcelo Câmara referente ao paradeiro da “professora”, termo que, segundo Moraes, era usado como código para se referir a ele próprio. A defesa de Câmara argumentou que seu cliente apenas respondeu usando informações de fontes abertas.
Quando questionado sobre a movimentação de pessoas para Brasília nos dias que antecederam os ataques de 8 de janeiro, Cid declarou: “Achei que eram apenas pessoas vindo para a capital”, alegando não ter conhecimento de que se tratavam de mobilizações para ações de campo.