O mercado financeiro revisou suas projeções e adiou a expectativa para o primeiro corte da taxa Selic, que passou de janeiro para março de 2026. Segundo o Sistema Expectativas de Mercado, base do relatório Focus, a taxa básica de juros deve permanecer em 15% até a primeira reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do próximo ano.
A nova projeção indica que o primeiro corte da Selic ocorrerá na segunda reunião do Copom em 2026, com uma redução de 0,50 ponto percentual, levando a taxa para 14,50%. Anteriormente, esperava-se um corte menor, de 0,25 ponto, na primeira reunião do ano. Os analistas mantêm a expectativa de que a taxa termine 2026 em 12,50%, totalizando uma redução de 2,50 pontos percentuais ao longo do ano.
O Banco Central emitiu uma carta aberta ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando o não cumprimento da meta de inflação contínua. A instituição busca fazer com que o IPCA acumulado em 12 meses converja para o centro da meta de 3% em seu horizonte relevante, atualmente definido para o quarto trimestre de 2026. Na próxima reunião do Copom, marcada para o dia 30, este prazo será estendido para o primeiro trimestre de 2027.
Em nota divulgada na sexta-feira, 11, o BC esclareceu: “O BC mantém postura monetária que coloque a inflação na meta no horizonte relevante: as trajetórias de juros utilizadas internamente pelo Copom nas decisões de política monetária (que visam garantir a convergência da inflação para a meta no horizonte relevante) não coincidem, necessariamente, com a trajetória da Selic do cenário de referência, que é extraída da pesquisa Focus”.
As projeções do mercado indicam que a inflação acumulada em 12 meses permanecerá acima do teto da meta de 4,50% até pelo menos o terceiro trimestre de 2026, quando deve atingir 4,62%. Para o final de 2026, a expectativa é de que a taxa caia para 4,48%, ligeiramente abaixo do limite superior.