O Itaú Unibanco divulgou uma análise sobre o possível impacto das tarifas impostas pelos Estados Unidos ao Brasil no crescimento econômico nacional. Segundo o banco, caso as tarifas de 50% entrem em vigor em 1º de agosto de 2025, o PIB brasileiro poderá sofrer uma variação entre queda de 0,2 e alta de 0,6 ponto percentual ao longo de 12 meses.
O banco ressalta que estas estimativas carregam um elevado grau de incerteza, considerando possíveis variações na realocação do comércio dos produtos taxados para outros destinos e eventuais retaliações. Por essa razão, o Itaú optou por não incluir estes impactos em seu cenário base no momento.
* O Itaú mantém sua projeção de crescimento do PIB em 2,2% para 2025 e 1,5% para 2026, conforme relatório assinado pelo economista-chefe Mario Mesquita
* O banco revisou o balanço de riscos de “neutro para baixista”, considerando o desempenho mais fraco da atividade no segundo trimestre de 2024 e os potenciais impactos das tarifas
* Para o segundo trimestre, a expectativa é de expansão de 0,5% na margem e crescimento de 2,4% no confronto interanual, com viés de baixa
* A indústria de transformação registrou segunda queda consecutiva em maio
* O varejo ampliado, excluindo atacarejo, apresentou estabilidade após forte retração em abril
* O indicador diário de atividade (IDAT-Atividade) mostrou desempenho fraco em junho, com recuo anual do setor de serviços e queda dos bens sensíveis à renda
Apesar do cenário desafiador, o Itaú aponta fatores que podem impulsionar a atividade econômica no segundo semestre de 2025, como a liberação dos precatórios em julho e a aceleração nas concessões do novo consignado privado, que podem estimular o consumo.
Em relação ao mercado de trabalho, o banco mantém suas projeções para a taxa de desemprego em 6,4% para 2025 e 6,9% para 2026, destacando a resiliência do setor formal como principal sustentação.
Para 2026, o Itaú continua monitorando a possibilidade de implementação de políticas fiscais e parafiscais contracíclicas, que poderiam ser adotadas para mitigar uma eventual desaceleração da atividade econômica.