Bolsonaro condiciona recuo da taxação de Trump com possível anistia do 8 de janeiro

Bolsonaro condiciona recuo da taxação de Trump com possível anistia do 8 de janeiro

Ex-presidente associa pela primeira vez a possibilidade de Trump recuar do tarifaço de 50% sobre exportações brasileiras a uma anistia que o beneficiaria

O ex-presidente Jair Bolsonaro estabeleceu pela primeira vez uma conexão direta entre um possível recuo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, no tarifaço de 50% anunciado contra o Brasil e a concessão de uma anistia política que o beneficiaria diretamente.

Anteriormente, apenas seus filhos parlamentares, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), haviam defendido publicamente a ideia de um perdão ao pai como forma de reverter a medida imposta por Trump.

Por meio de uma nota oficial, Bolsonaro reconheceu o impacto econômico das medidas, referindo-se ao tarifaço como “sanções”. A taxação adicional de 50% sobre todas as exportações brasileiras aos EUA está programada para entrar em vigor em 20 dias.

Em sua manifestação, o ex-presidente sugeriu que a solução para a crise bilateral depende das “autoridades” brasileiras, evitando mencionar diretamente tanto o Supremo Tribunal Federal (STF), onde responde por acusações de golpe de Estado, quanto o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que já sinalizou possíveis retaliações caso não haja espaço para negociação comercial e diplomática.

“O tempo urge, as sanções entram em vigor no dia 1° de agosto. A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia, também a paz para a economia”, declarou Bolsonaro em seu comunicado.

Na carta direcionada a Lula, Trump apresentou justificativas de natureza político-institucional, destacando o julgamento de Bolsonaro como principal ponto. “É uma caça às bruxas que deve terminar IMEDIATAMENTE!”, afirmou o republicano.

Bolsonaro enfatizou que a mensagem de Trump “tem muito mais, ou quase tudo, a ver com valores e liberdade, do que com economia”. O ex-presidente também rebateu acusações do governo de que ele e seus filhos teriam influenciado Trump a agir contra o Brasil e o ministro Alexandre de Moraes.

“Não me alegra ver sanções pessoais, ou familiares, a quem quer que seja. Não me alegra ver nossos produtores do campo ou da cidade, bem como o povo, sofrer com essa tarifa de 50%”, ressaltou o ex-presidente em sua declaração.

Paralelamente, Eduardo Bolsonaro reiterou seu pedido para que o governo americano aplique a Lei Magnitsky contra Moraes e políticos governistas, incluindo o vice-presidente Geraldo Alckmin, uma legislação que permite sanções econômicas contra acusados de corrupção ou graves violações de direitos humanos.

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