Clínica de reabilitação interditada na Grande BH é suspeita de forçar internos a trabalhar

Clínica de reabilitação interditada na Grande BH é suspeita de forçar internos a trabalhar

Polícia Civil prende três responsáveis por estabelecimento na Grande BH após denúncias de maus-tratos, cárcere privado e tortura contra internos

Uma clínica de reabilitação localizada em Mateus Leme, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, foi interditada após uma operação conjunta da Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG), Vigilância Sanitária e Ministério Público. O proprietário e dois responsáveis pelo estabelecimento foram presos em flagrante após constatação de diversas irregularidades.

A ação, divulgada em coletiva de imprensa na quinta-feira (10), revelou uma série de violações graves contra 45 pessoas internadas, incluindo adolescentes, idosos, dependentes químicos e pessoas com deficiência mental.

Irregularidades Encontradas

* Durante inspeção realizada na segunda-feira (7), as autoridades constataram condições degradantes, com forte odor de fezes e urina nas instalações
* O estabelecimento funcionava sem médico de plantão e enfermeiros no período noturno
* Foram encontrados medicamentos controlados armazenados de forma inadequada
* Não havia documentação necessária para as internações compulsórias realizadas

Crimes Identificados

* Os responsáveis foram autuados por múltiplos crimes, incluindo cárcere privado e maus-tratos
* Investigações apontam para possível prática de trabalho escravo, com internos sendo forçados a trabalhar sem remuneração
* Há suspeitas de falsidade ideológica em receitas médicas
* Um veículo e diversos medicamentos foram apreendidos durante a operação

De acordo com o delegado Diego Nolasco, coordenador das investigações, os internos relataram sofrer agressões físicas e psicológicas, além de receberem alimentação insuficiente e serem mantidos em permanência forçada. Pacientes que tentavam fugir ou desobedeciam às ordens eram agredidos e ameaçados.

Um aspecto particularmente perturbador das investigações foi a descoberta de uma “comissão de apoio ao paciente” (GAP), formada por internos designados para conter outros pacientes. Em alguns casos, as vítimas eram agredidas fisicamente e medicadas excessivamente, chegando ao ponto de perderem o controle de suas necessidades fisiológicas.

As investigações tiveram início após denúncias sobre um interno que estava sofrendo maus-tratos e vivendo em condições degradantes, o que levou as autoridades a realizarem a inspeção que culminou na interdição do estabelecimento.

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