O inverno em Minas Gerais está marcado por um cenário preocupante de baixa umidade do ar e risco elevado de incêndios florestais. O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) indica que os índices de umidade em torno de 30% são típicos da estação, porém representam condições pouco adequadas para a saúde humana.
A situação tende a se agravar nos próximos meses, com previsão de ausência de chuvas significativas até meados de setembro, configurando um período de estiagem prolongada. O meteorologista Lizandro Gemiacki alerta: “A tendência é que o clima fique muito seco até meados de setembro. Já no mês de agosto, o comportamento climatológico implica no mês mais seco, com índices de umidade relativa críticos, abaixo dos 20% em grande parte do estado”.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) considera estado de alerta quando a umidade relativa do ar está abaixo de 30%. A médica pneumologista Michele Anderata explica que estas condições causam ressecamento da pele e mucosas, facilitando alergias e problemas respiratórios. “O índice de 30% não é muito baixo, mas já é um alerta. Quando chega em 20%, ou menos, é muito próximo do clima de deserto”, afirma a especialista.
O Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) registrou uma redução significativa nos casos de incêndios:
* No primeiro semestre de 2025, houve 5.598 ocorrências contra 9.611 em 2024, representando uma queda de 41,8%
* Na Região Metropolitana de Belo Horizonte, os números caíram de 2.002 para 1.331 ocorrências
* Na capital, a redução foi de 445 para 328 casos
O sargento Allan Azevedo, do CBMMG, explica: “Existem dois principais fatores: o trabalho preventivo do Corpo de Bombeiros Militar e o fato de, no ano passado, essa área verde, ter tido um número muito grande de queimadas. Então a vegetação ainda está crescendo ali”.
Para manter a tendência de queda, o CBMMG implementará novas bases operacionais avançadas em Unidades de Conservação, incluindo uma na Floresta Estadual do Uaimii, em São Bartolomeu, distrito de Ouro Preto. Esta estratégia mostrou-se eficaz em 2024, quando cinco bases similares conseguiram reduzir em cerca de 60% a área queimada em seis Unidades de Conservação.
A APA Sul RMBH, responsável pelo abastecimento de aproximadamente 70% da população da capital mineira e 50% dos habitantes da região metropolitana, também receberá atenção especial nas ações preventivas contra incêndios florestais.