A pesquisa Quaest divulgada na sexta-feira, 4 de julho, indica que a campanha do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre o aumento do Imposto Sobre Operações Financeiras (IOF) representa uma vitória significativa nas redes sociais. O levantamento destaca uma mudança importante na dinâmica das narrativas digitais, contrastando com a tendência de queda na aprovação do governo observada no primeiro semestre.
A análise revela números expressivos sobre o impacto da campanha nas redes sociais:
* A mobilização contra parlamentares ganhou força a partir de 25 de junho, registrando mais de 300 mil menções apenas com a hashtag “InimigosDoPovo”
* O volume total de citações sobre o tema atingiu 4,4 milhões entre 24 de junho e a data da divulgação, equivalente a 18 mil menções por hora
* As críticas ao Congresso dominaram o debate com 61% das menções negativas, enquanto apenas 11% das citações atacavam o governo quando o assunto era a taxação
* Os termos mais utilizados na campanha foram “Inimigos do Povo” (18%) e “Congresso da Mamata” (13%)
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), emergiu como principal alvo das críticas, concentrando 8% das menções. Segundo a Quaest, isso reflete uma personalização das críticas ao Congresso, focando em figuras associadas a decisões consideradas impopulares.
O presidente Lula manteve-se relativamente preservado no embate entre os Poderes. A pesquisa indica que apenas 15% das menções ao Congresso citam o presidente, que obteve 45% de citações positivas contra 31% negativas, um resultado considerado mais favorável em comparação a outras disputas políticas.
Na análise do volume de postagens, a base governista demonstrou maior engajamento, com 119 parlamentares responsáveis por 741 publicações, representando cerca de 50% do total. Em contrapartida, 112 congressistas da oposição realizaram 378 postagens, enquanto 79 parlamentares de centro foram responsáveis por 218 publicações.
A disputa chegou ao Judiciário através da Advocacia-Geral da União (AGU), que busca reverter a decisão do Congresso. O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou uma reunião de conciliação para o dia 15, na Suprema Corte, para buscar uma solução para a questão.