O presidente Luiz Inácio Lula da Silva se prepara para receber os chefes de Estado participantes da cúpula dos Brics no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, a partir do próximo domingo (6). O evento acontece em um momento delicado tanto no cenário doméstico quanto internacional para o governo brasileiro.
No âmbito interno, Lula enfrenta uma dupla crise: popularidade em baixa e embates políticos com o Congresso Nacional. Os números mostram uma queda significativa na aprovação do presidente, que atingiu apenas 28% em junho, enquanto a desaprovação chegou a 40%, segundo o Datafolha.
* A “crise do Pix” no início do ano prejudicou a imagem do governo, quando tentou aumentar a fiscalização sobre operações financeiras, mas recuou após pressão da oposição
* O escândalo do INSS, envolvendo fraudes que causaram prejuízo de R$ 6,3 bilhões aos beneficiários, impactou negativamente a percepção pública do governo
* O recente embate com o Congresso sobre o aumento das alíquotas do IOF culminou em uma derrota para o governo, que agora recorre ao STF
No cenário internacional, os Brics enfrentam seus próprios desafios. O bloco, que agora conta com 11 membros após sua expansão em 2023, representa cerca de 40% do PIB global em paridade de poder de compra. No entanto, enfrenta críticas e ameaças, especialmente dos Estados Unidos, sobre possíveis iniciativas para criar alternativas ao dólar.
A ausência de líderes importantes como Xi Jinping da China e Vladimir Putin da Rússia na cúpula levanta questionamentos sobre o futuro do bloco. Putin não comparecerá devido a um mandado de prisão internacional, enquanto a ausência de Xi é atribuída a conflitos de agenda.