Após doze dias de conflito com Israel, o regime iraniano intensificou drasticamente a repressão interna, resultando em centenas de prisões e execuções sob alegações de espionagem. Segundo dados da ONG Hengaw, pelo menos 734 pessoas foram detidas desde o início do confronto, gerando um clima de tensão e angústia na população.
O aiatolá Ali Khamenei declarou em vídeo após o cessar-fogo: “A República Islâmica venceu e, em retaliação, deu um tapa contundente no rosto da América”.
* De acordo com as organizações de direitos humanos Hengaw e Hrana, o número de detenções varia entre 734 e 1.295 pessoas, sob acusações como “espionagem para Israel”, “uso de drones” e “atentado à segurança nacional”.
* Pelo menos seis prisioneiros foram executados sob acusação de espionagem e colaboração com Israel, sendo três deles logo após o anúncio do cessar-fogo.
* Ali Younesi, estudante premiado, foi transferido para local desconhecido após o início da guerra, conseguindo fazer apenas uma breve ligação da prisão de Fashafuyeh.
* A repressão tem como alvo principal minorias étnicas e religiosas, especialmente curdos, com 125 prisões na província de Kermanshah e 59 em Ourmia.
* A comunidade baha”i enfrenta nova onda de prisões, principalmente em Isfahan e Shiraz, com autoridades forçando vizinhos a apresentarem denúncias.
* Mais de 230.000 afegãos foram forçados a retornar ao Afeganistão em junho, com muitos sendo presos sob acusação de espionagem.
O ataque israelense à prisão de Evin agravou a situação dos prisioneiros. Segundo relatos publicados nas redes sociais, houve destruição da enfermaria e intensificação da repressão por parte das autoridades prisionais.
“Cerca de 800 pessoas foram presas e levadas para locais desconhecidos. Enquanto os meios de comunicação estavam todos concentrados nos ataques, os prisioneiros estavam em perigo”, afirma Shiva Mahbobi, ex-prisioneira política.
A situação é especialmente preocupante para as famílias dos presos políticos, que frequentemente não recebem informações sobre seus parentes detidos. Alguns detentos foram transferidos para outras prisões sem notificação às famílias, aumentando o risco de serem colocados com presos comuns.
O regime também intensificou os apelos à população para denunciar casos suspeitos à polícia, criando um ambiente de vigilância constante e delação.