O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, declarou em transmissão televisiva que o andamento das negociações para resolver o conflito na Ucrânia está condicionado a três fatores principais: a postura de Kiev, a efetividade da mediação americana e a situação no campo de batalha.
A declaração surge em um momento crítico, cinco meses após o início do mandato do presidente americano Donald Trump, que havia prometido durante sua campanha resolver o conflito em apenas um dia. Apesar dessa promessa, a guerra iniciada pela Rússia em fevereiro de 2022 continua sem previsão de término.
Pontos principais destacados por Peskov:
* “Muita coisa depende, naturalmente, da posição do regime de Kiev”, afirmou o porta-voz em entrevista à Belarus 1 TV, principal emissora estatal do país aliado à Rússia.
* A eficácia dos esforços mediadores de Washington foi citada como segundo fator determinante, embora Peskov não tenha detalhado as expectativas russas em relação aos Estados Unidos.
* O terceiro aspecto mencionado foi a situação no terreno, que segundo o porta-voz “não pode ser ignorada”.
As negociações recentes entre Rússia e Ucrânia, retomadas após três anos, ocorreram em Istambul nos dias 16 de maio e 2 de junho. Embora tenham resultado em trocas de prisioneiros e devolução de corpos de soldados, não houve avanços significativos em direção a um cessar-fogo.
O presidente Vladimir Putin classificou os projetos de acordo de paz apresentados nas negociações de 2 de junho como “memorandos absolutamente contraditórios”. Moscou mantém exigências consideradas inaceitáveis por Kiev, incluindo cessão territorial e abandono do apoio militar ocidental.
Enquanto as negociações continuam sem progresso concreto, a Rússia mantém o controle de aproximadamente um quinto do território ucraniano e segue avançando nas regiões de Donetsk e Dnipropetrovsk, no sudeste do país, além de intensificar ataques aéreos em todo território ucraniano.