Governo ainda não decidiu se irá questionar derrubada do IOF na Justiça, diz AGU

Governo ainda não decidiu se irá questionar derrubada do IOF na Justiça, diz AGU

Após derrubada do decreto pelo Congresso, governo federal analisa possibilidade de recorrer ao Supremo para manter aumento nas alíquotas do IOF

A Advocacia-Geral da União (AGU) emitiu um comunicado nesta quinta-feira (26 de junho) esclarecendo que ainda não há decisão sobre recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) para manter o aumento das alíquotas do IOF, após o Congresso derrubar o decreto presidencial sobre a medida.

A manifestação da AGU surgiu em resposta às declarações do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que havia indicado duas possíveis alternativas para manter o equilíbrio fiscal: acionar o Supremo ou realizar cortes no orçamento.

Cronologia da derrubada do decreto

* O decreto presidencial sobre o IOF foi rejeitado pela Câmara dos Deputados com 383 votos contrários e 98 favoráveis, marcando a primeira derrubada de um decreto presidencial em 30 anos

* Logo em seguida, o Senado também votou contra a medida em uma votação relâmpago conduzida pelo presidente da Casa, senador Davi Alcolumbre

* O governo foi surpreendido pela votação, que havia sido anunciada pelo presidente da Câmara, Hugo Motta, através das redes sociais na noite anterior

Impactos e alternativas

* O decreto previa aumentos na taxação das apostas eletrônicas de 12% para 18%, elevação da CSLL das fintechs de 9% para 15%, e a taxação de LCI e LCA

* Segundo Haddad, caso a derrubada seja mantida, o governo precisará buscar receitas alternativas na taxação de dividendos ou “na questão do petróleo”

* A medida era considerada fundamental para garantir os R$ 20,5 bilhões necessários para cumprir a meta fiscal do orçamento de 2025

A AGU ressaltou em sua nota que “todas as questões jurídicas serão abordadas tecnicamente pela AGU, após oitiva da equipe econômica. A comunicação sobre os eventuais desdobramentos jurídicos do caso será feita exclusivamente pelo próprio advogado-geral [Jorge Messias] (foto acima), no momento apropriado”.

O ministro Haddad defendeu que recorrer ao Supremo é um direito do governo, argumentando que “nem nós devemos nos ofender quando um veto é derrubado e nem o Congresso pode se ofender quando uma medida é considerada pelo Executivo incoerente com o texto constitucional”.

A disputa evidencia um embate entre governo e Congresso sobre a origem dos recursos para equilibrar as contas públicas. Enquanto parlamentares defendem cortes nas despesas primárias, o governo argumenta que o aumento do IOF afetaria principalmente as camadas mais altas da sociedade, evitando cortes em programas sociais.

O impasse atual reflete tensões mais amplas, incluindo insatisfações do Congresso com o ritmo de liberação de emendas parlamentares e críticas à suposta aproximação entre governo e Supremo Tribunal Federal.

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