Investigadores concluem que mulher de 42 anos arquitetou homicídio seguido de suicídio; vítimas incluíam a filha bebê e a mãe idosa
A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) encerrou as investigações sobre a morte de três mulheres da mesma família, ocorrida em maio deste ano, no bairro Barro Preto, região Centro-Sul da capital mineira. O caso, que chocou a cidade, foi classificado como homicídio seguido de suicídio, após apurações indicarem que uma das vítimas planejou o ato.
As mortes foram causadas por intoxicação de monóxido de carbono, liberado por três bandejas de carvão acesas dentro do quarto onde os corpos foram encontrados. As vítimas eram uma avó de 68 anos, sua filha de 42 anos e a neta, uma bebê de apenas 1 ano e 7 meses. Quatro cães da família também foram encontrados mortos no local.
De acordo com a delegada Iara França Camargos, titular da Delegacia Especializada de Homicídios (DEH) Leste, as evidências coletadas – incluindo cartas e documentos – apontam que a mulher de 42 anos planejou a ação. “Ela vedou o ambiente, preparou os braseiros e deitou-se com a filha e a mãe, que já dormia sob efeito de medicação”, explicou a delegada.
As investigações revelaram que mãe e filha viviam em completo isolamento, sem contato próximo com outros familiares. A suspeita tinha histórico de depressão desde a juventude, com relatos de tentativas anteriores de suicídio e dificuldades de interação social. Após o nascimento da filha, os sintomas teriam se agravado.
Apesar das dificuldades emocionais, a criança recebia todos os cuidados básicos e a família contava com auxílio financeiro de parentes paternos e programas sociais. “O adoecimento mental da mãe, no entanto, parece ter sido determinante para essa tragédia”, completou a delegada.
Veja trechos da carta deixada por Daniela:
“Não quero nada agora, só oração, pra, se realmente for pecado, que Deus me perdoe.”
“Tenho R$ 0.07 na conta. Uma dívida gigante, aluguel incalculável, Nunca imaginei que passaria essa situação.”
“Eu tentei de todas as formas. Pedi ajuda às pessoas… E não deu. Foram mais de dois anos de desespero. Acabou.”
“Tentei além do meu limite . O SUS não serviu nem para um médico em dois anos.”
“Levo comigo os que dependem de mim e arcariam com as consequências espirituais.”
“Não quero nada agora, só orações, pra, se realmente for pecado, Deus me perdoar. Deixo as flores vivas, não precisa de homenagem.”
“E não nos salvem depois de feito o ato, não será de ajuda viver, sobreviver como estou.”
Com a morte da principal suspeita, o inquérito foi concluído e encaminhado para arquivamento.