O governo federal anunciou um aumento significativo no percentual de etanol na gasolina, elevando de 27% para 30% a partir de 1º de agosto. A decisão foi tomada pelo Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) em reunião extraordinária que contou com a presença do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
A medida foi aprovada após estudo do Instituto Mauá de Tecnologia que comprovou a viabilidade técnica do novo combustível, denominado E30. A decisão surge em um momento de preocupações com a instabilidade no Oriente Médio e seus possíveis impactos nos preços dos combustíveis.
* O estudo realizado pelo Instituto Mauá de Tecnologia utilizou 16 veículos e 13 motocicletas para testes, apresentando diferenças de desempenho consideradas não significativas com a nova proporção.
* O ministro Alexandre Silveira afirmou que as mudanças podem transformar o Brasil de importador em exportador de gasolina, declarando: “Vamos ter gasolina sobrando para exportação. Vamos poder reduzir o preço na bomba, o que é fundamental para a nossa economia nacional.”
* Paralelamente, o CNPE também autorizou o aumento do percentual de biodiesel no diesel de 14% para 15%, criando o combustível denominado B15.
A decisão está respaldada pela lei do Combustível do Futuro, sancionada em outubro de 2024, que permite ao governo elevar a mistura de etanol na gasolina até 35%, desde que comprovada a viabilidade técnica para os veículos.
O contexto internacional, marcado por tensões entre Israel e Irã, reforçou a argumentação do governo sobre a necessidade de reduzir a dependência do petróleo internacional e possíveis aumentos nos preços dos combustíveis no mercado interno.
O secretário de Óleo e Gás de Minas e Energia, Pietro Mendes, destacou que o aumento do processamento da soja para biodiesel também beneficia a produção de proteína através do farelo, respondendo a preocupações sobre possíveis impactos nos preços dos alimentos.
A medida se insere em um contexto mais amplo de preocupações do governo com a inflação e seus impactos na popularidade, especialmente considerando as recentes pesquisas de opinião que apontam os preços como um fator de pessimismo da população.