O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contestou, neste sábado (21) em Brasília, as acusações da Polícia Federal sobre o uso irregular da Abin (Agência Brasileira de Inteligência) para monitorar adversários políticos e críticos. A declaração foi feita após sua saída de um hospital particular, onde foi diagnosticado com suspeita de pneumonia viral.
Em resposta às investigações da PF, que o apontaram como “centro de decisão” do grupo que teria realizado espionagens ilegais contra políticos, autoridades do Judiciário e jornalistas, Bolsonaro questionou a utilidade de tais monitoramentos.
“Usada para quê? Para qual finalidade eu quero saber se você está aqui hoje ou não está? Não existe isso. Teria um contato com a autoridade, ligava para o gabinete dele, se adiantava e fazia o contato sem problema nenhum”, argumentou o ex-presidente.
Bolsonaro enfatizou que, durante sua gestão, não tinha controle sobre as ações de inteligência no país: “[Como presidente, você] não tem acesso, você não tem ascendência sobre inteligência no Brasil. Nem das Forças Armadas, nem da Abin, nem da PF. Ninguém”.
A Polícia Federal concluiu recentemente o relatório do inquérito da chamada Abin paralela. Embora Bolsonaro não tenha sido indiciado por organização criminosa, por já responder pelo crime em outros casos, como o do golpe, as investigações apontaram sua participação central no esquema.