Greve em Belo Horizonte paralisa 76% das escolas

Greve em Belo Horizonte paralisa 76% das escolas

Trabalhadores da educação municipal rejeitam reajuste de 2,49% proposto pela prefeitura e mantêm paralisação por tempo indeterminado

A rede municipal de educação de Belo Horizonte enfrenta uma paralisação significativa, com 76% das escolas afetadas pela greve dos trabalhadores nesta segunda-feira (9 de junho). Das 324 escolas da rede própria, 248 funcionam parcialmente, 31 estão completamente fechadas e apenas 45 mantêm operação normal.

A greve, decretada por tempo indeterminado na sexta-feira (6), tem como principal reivindicação um índice de reajuste superior aos 2,49% propostos pela Prefeitura de Belo Horizonte (PBH). “A greve continua com força”, declarou Vanessa Portugal, representante do Sind-Rede/BH.

As principais reivindicações dos trabalhadores incluem:
* Recomposição salarial baseada nos índices do piso nacional do magistério
* Reposição imediata do quadro de professores, especialmente nas EMEIs, onde a situação é considerada mais crítica
* Reestruturação da carreira, que segundo os movimentos sociais está defasada desde 2020
* Redução no número de estudantes por sala de aula para garantir melhor qualidade no ensino

A PBH defende sua posição apresentando dados significativos:
* O salário médio de um professor de ensino fundamental que trabalha nos turnos da manhã e tarde ultrapassa R$ 13 mil
* Entre março de 2022 e março de 2025, houve aumento médio de 91,4% na remuneração dos professores da Educação Infantil
* Para professores do Ensino Fundamental, o aumento foi de 69,7% no mesmo período, superando a inflação de 15,47%

A prefeitura argumenta que o reajuste de 2,49% representa o limite orçamentário possível, com impacto anual de R$ 493 milhões, sendo R$ 156 milhões destinados apenas à Educação. O índice proposto recompõe 100% da inflação acumulada entre janeiro e abril de 2025, com aplicação retroativa a maio.

Uma nova assembleia geral está marcada para quarta-feira (11), quando serão definidos os próximos passos do movimento. A administração municipal ressalta que realizou 32 reuniões com o sindicato da Educação desde janeiro de 2025 para discutir as demandas da categoria.

A situação atual reflete um impasse entre as necessidades da categoria e as limitações orçamentárias do município, com impactos significativos no funcionamento da rede municipal de ensino de Belo Horizonte.

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