O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), rejeitou uma solicitação da defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro para adiar os interrogatórios na ação penal que investiga a suposta tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022.
A equipe jurídica de Bolsonaro argumentou não ter tido acesso completo às provas da investigação e defendeu que o depoimento do ex-presidente deveria aguardar a oitiva de testemunhas em processos correlatos, envolvendo outros núcleos investigados.
Em sua decisão, Moraes refutou os argumentos apresentados, afirmando que a defesa teve acesso a toda documentação relevante já incluída no processo. O ministro também ressaltou que os advogados de Bolsonaro indicaram apenas 15 testemunhas, mesmo tendo direito a 40, e ainda desistiram de ouvir seis delas, não apresentando justificativa plausível para aguardar depoimentos em outras ações.
Com esta decisão, a instrução processual manterá seu curso normal. O ex-presidente será interrogado junto a outros réus, incluindo o ex-ministro da Justiça Anderson Torres e o general Braga Netto. O grupo é acusado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) de articular uma tentativa de impedir a posse do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva.