Cristiane Silva, garçonete de 33 anos condenada por participação nos ataques de 8 de janeiro, foi deportada dos Estados Unidos e chegou a Fortaleza na tarde de sábado (24 de maio). Silva havia sido detida no Texas por imigração ilegal, um dia após a posse de Donald Trump em janeiro deste ano.
A brasileira, que possui um mandado de prisão em aberto, foi encaminhada à Superintendência da Polícia Federal na capital cearense. Sua condenação pelo STF (Supremo Tribunal Federal) inclui um ano de prisão por associação criminosa, sendo que o ministro Alexandre de Moraes havia convertido a pena em medidas alternativas.
* Cristiane Silva foi inicialmente presa no QG do Exército em Brasília em 9 de janeiro de 2023, alegando estar na cidade apenas para “passear”
* Em 2024, antes de sua condenação, a garçonete teve a oportunidade de encerrar o processo através de um acordo com o Ministério Público, mas optou por fugir para a Argentina
* Com o endurecimento das políticas do governo Milei contra militantes bolsonaristas, Silva e um grupo fugiram para o Peru e posteriormente para a Colômbia
* Após quase um mês na Colômbia, o grupo seguiu para o Panamá e México, culminando com a prisão em El Paso, Texas
Durante sua detenção em El Paso, Cristiane Silva conversou com o UOL por vídeo, mantendo sua posição de inocência e repetindo teorias infundadas sobre os ataques do 8 de janeiro. “Para mim, realmente foi uma armadilha da esquerda”, declarou. Em outro momento, afirmou: “Eu me arrependo, sim, porque eu fui lá para conhecer e acabei… estou sendo injustiçada por algo que eu nem cometi.”
Além de Cristiane Silva, outras três brasileiras envolvidas nos ataques de 8 de janeiro permanecem detidas no Texas: Rosana Maciel Gomes, condenada a 14 anos de prisão; Raquel de Souza Lopes, sentenciada a 17 anos; e Michely Paiva Alves, que ainda responde como ré. Todas foram presas por tentarem entrar ilegalmente nos Estados Unidos.
A defesa de Cristiane Silva, que se encontra em Fortaleza, não se manifestou sobre possíveis pedidos de soltura.