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A Rússia utilizou o Brasil como base estratégica para criar identidades falsas para seus agentes de inteligência, conhecidos como “ilegais”, em uma operação sofisticada que foi recentemente descoberta. Por anos, espiões russos construíram vidas aparentemente normais em território brasileiro, obtendo documentos autênticos e estabelecendo negócios legítimos.
Uma investigação conduzida pela Polícia Federal brasileira, em colaboração com agências de inteligência internacionais, revelou um esquema complexo onde agentes russos conseguiam certidões de nascimento autênticas com identidades fictícias. O caso mais emblemático foi o de Artem Shmyrev, que vivia no Rio de Janeiro sob a identidade de Gerhard Daniel Campos Wittich.
Pontos principais da operação russa:
* Os espiões obtinham documentos brasileiros autênticos, incluindo certidões de nascimento, passaportes e títulos de eleitor
* Estabeleciam empresas legítimas e construíam relacionamentos pessoais para fortalecer suas identidades falsas
* Utilizavam o Brasil como ponto de partida para depois atuar em outros países, principalmente Estados Unidos e Europa
* Ao menos nove oficiais russos foram identificados com identidades brasileiras falsas
A investigação ganhou força após a invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022, quando:
* A CIA alertou sobre Sergey Cherkasov, que usando a identidade brasileira de Victor Muller Ferreira, tentou se infiltrar no Tribunal Penal Internacional
* Diversos espiões foram identificados e expostos em diferentes países
* A Polícia Federal brasileira desenvolveu métodos para identificar “fantasmas” – pessoas com documentos autênticos mas sem histórico no país
O trabalho da contra-inteligência brasileira resultou em:
* A prisão de Cherkasov, condenado inicialmente a 15 anos de prisão
* A fuga de diversos agentes, incluindo Shmyrev, que abandonou seus negócios e desapareceu
* A emissão de alertas internacionais via Interpol para identificar os espiões fugitivos
