O Palácio do Planalto enfrenta desafios significativos com disputas entre partidos aliados, especialmente entre PSD e União Brasil, que competem por espaços no governo e influência política. A situação se agrava com a recente saída do PDT da base governista.
Em meio à desarticulação da base, o governo planeja privilegiar o PSD, partido de Gilberto Kassab, para evitar mais instabilidade. A disputa entre as legendas se manifesta em diferentes frentes:
* Na Câmara, o PSD almeja conquistar o Ministério do Turismo, atualmente sob comando de Celso Sabino, do União Brasil. Deputados do PSD já haviam direcionado emendas para a área, antecipando uma possível mudança de comando.
* No Senado, o presidente do Congresso, Davi Alcolumbre (União-AP), tem segurado análises de indicações governamentais para agências reguladoras, em conflito direto com o ministro Alexandre Silveira (PSD).
* Disputas eleitorais locais também intensificam a rivalidade, como no Rio de Janeiro, onde o União Brasil planeja lançar Rodrigo Bacellar para governador, enquanto o PSD considera Eduardo Paes como candidato.
A formação da federação entre PP e União Brasil adiciona complexidade ao cenário político, especialmente em estados como Alagoas, onde as alianças locais colocam os partidos em campos opostos. Em Alagoas, União-PP alinha-se com Arthur Lira, enquanto o PSD mantém aliança com o grupo de Renan Calheiros.
O governo demonstra preocupação especial com o fortalecimento do PSD, que tem apresentado potenciais candidatos presidenciáveis para 2026, como o governador Eduardo Leite, recém-filiado, e Ratinho Jr.
A situação se complica ainda mais com a saída do PDT da base governista, após a exoneração de Carlos Lupi do Ministério da Previdência. O cenário atual evidencia a fragilidade da articulação política do governo, especialmente no Congresso, onde mesmo partidos com ministérios apoiaram a instalação da CPI mista para investigar desvios em aposentadorias.