Marcos Roberto de Almeida, conhecido como Tuta, era considerado o substituto de Marcola no comando da facção e estava foragido desde 2021
Um dos principais nomes do Primeiro Comando da Capital (PCC), Marcos Roberto de Almeida, o Tuta, foi preso na tarde de sexta-feira (16 de maio) em Santa Cruz de la Sierra, na Bolívia. A detenção ocorreu após ele tentar renovar sua permanência no país com um documento falso, despertando a atenção das autoridades locais.
A fraude foi identificada pela polícia boliviana, que acionou a Interpol e a Polícia Federal (PF) do Brasil. Com base em dados biométricos, as autoridades confirmaram que se tratava de um dos criminosos mais procurados do país, com um alerta vermelho da Interpol por crimes como associação criminosa, lavagem de dinheiro e liderança em organização criminosa.
Considerado um dos sucessores de Marcola no PCC, Tuta era apontado como o principal líder da facção fora dos presídios. De acordo com o Ministério Público de São Paulo (MP-SP), ele teria movimentado R$ 1 bilhão para o grupo entre 2018 e 2019, além de comandar esquemas de lavagem de dinheiro internacional.
Foragido desde 2021, ele também era investigado por supostamente planejar fugas de líderes do PCC presos em penitenciárias federais e por ordenar ataques a agentes públicos como retaliação a operações policiais.
A prisão foi resultado de uma ação conjunta entre a PF brasileira e a Fuerza Especial de Lucha contra el Crimen (FELCC) da Bolívia. Agora, o Brasil aguarda uma audiência judicial no país vizinho para decidir se Tuta será extraditado ou expulso.
Caso a Bolívia opte pela expulsão, o processo pode ser rápido, e o criminoso seria enviado ao Brasil em questão de dias. Se for necessário um pedido de extradição, o trâmite pode levar mais tempo, dependendo da análise do Judiciário boliviano.
A prisão de Tuta reforça suspeitas de que a Bolívia serve como uma “embaixada do crime” para o PCC. Investigadores acreditam que o país é usado como refúgio para líderes da facção, que de lá comandam operações no Brasil. Dois outros chefes do grupo, Forjado e Chacal, também estariam no território boliviano.
Para o secretário de Segurança Pública de São Paulo, Guilherme Derrite, a captura de Tuta representa um duro golpe na estrutura do crime organizado. Já o cientista político João Henrique Martins destaca a importância da cooperação internacional no combate a organizações transnacionais.
Enquanto aguarda a decisão judicial, Tuta segue custodiado na Bolívia, e a PF monitora o caso de perto, com apoio do Ministério da Justiça.