Petrobras mantém nova política de preços em debate

Petrobras mantém nova política de preços em debate

Dois anos após mudança na estratégia comercial da estatal, mercado e especialistas avaliam impactos na formação de preços dos combustíveis

A nova política de preços da Petrobras, implementada há dois anos sob a gestão de Jean Paul Prates, continua gerando debates no mercado. A mudança, que abandonou a política de paridade de importação (PPI) em favor de uma estratégia comercial baseada no “custo alternativo do cliente” e no “valor marginal”, foi uma resposta ao apelo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva por preços mais alinhados ao mercado brasileiro.

No dia do anúncio, apesar da tensão inicial no mercado financeiro, as ações da petroleira surpreenderam positivamente com alta superior a 5%, indicando que a solução encontrada superou as expectativas dos investidores.

Impactos da Nova Política

* O Instituto de Estudos Estratégicos de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (Ineep) confirmou que a estratégia conseguiu reduzir a volatilidade dos preços internacionais no mercado brasileiro.

* Em 2023, o diesel teve apenas quatro reajustes, contrastando com as 18 alterações em 2021 e 10 em 2022. A redução nos preços do diesel nas refinarias foi de 20,9%, enquanto a gasolina teve queda de 4,0% entre janeiro de 2023 e abril de 2025.

* No entanto, o impacto para o consumidor final foi menor, com o diesel mantendo-se praticamente estável (-0,3%) e a gasolina registrando aumento de 25,5% no mesmo período.

Jean Paul Prates defendeu a mudança afirmando: “Conseguimos implementar uma nova política e explicá-la a todos: preços que levam em conta as vantagens de se produzir todo o petróleo no Brasil e retirar a grande maior parte também no País”.

Visões Divergentes

O analista Vitor Sousa, da Genial, observa um razoável acompanhamento dos preços em relação às estimativas de paridade, com exceção de momentos pontuais. Por outro lado, Ilan Arbetman, da Ativa Investimentos, argumenta que a mudança pode ter desestimulado investimentos no setor de refino no País.

A Associação dos Importadores de Combustíveis (Abicom) critica a falta de transparência na nova política. Seu presidente, Sérgio Araújo, destaca que as distribuidoras precisaram adaptar suas operações, trabalhando com um mix entre refinarias da Petrobras, importações e refinarias privatizadas.

Fatores como choques geopolíticos, desvalorização cambial e questões estruturais da indústria nacional, incluindo tributação e dinâmicas empresariais, continuam influenciando o cenário dos preços dos combustíveis no Brasil.

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