O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) está considerando a venda de suas participações societárias em empresas consideradas maduras, incluindo a JBS. A decisão sobre eventuais transações dependerá das condições de mercado e do momento mais apropriado, conforme anunciado pelo diretor Alexandre Abreu.
O BNDES registrou ganhos significativos com sua participação na JBS, que inicialmente foi adquirida quando as ações valiam aproximadamente R$5 cada. No primeiro trimestre, o banco obteve ganhos de cerca de R$2,4 bilhões apenas com as ações da processadora de alimentos, dentro de um resultado total de R$6 bilhões.
“O BNDES é um banco de desenvolvimento, ele entra em empresas nos momentos onde aquela empresa ainda está iniciando as atividades, está começando a se desenvolver; ele ajuda no crescimento. Foi o caso da JBS”, explicou o diretor do BNDES.
* O banco registrou lucro líquido de R$5,6 bilhões no primeiro trimestre, um crescimento de 7,3% em comparação ao mesmo período do ano anterior
* As consultas diminuíram 13%, totalizando R$53,1 bilhões, reflexo do aperto monetário para controle da inflação
* Os empréstimos cresceram 8%, alcançando R$25,2 bilhões
* As aprovações de crédito aumentaram 35%, chegando a R$33,3 bilhões
A carteira de participações do BNDES inclui importantes empresas como Petrobras, Eletrobras e Copel. No entanto, o diretor Alexandre Abreu ressaltou que não há planos para vender as participações na Petrobras e Eletrobras, consideradas “ativos estratégicos”.
O banco também estendeu sua meta para que os empréstimos representem 2% do PIB até 2028, anteriormente prevista para 2026. Atualmente, os desembolsos equivalem a 1,1% do PIB, enquanto as aprovações correspondem a 1,8%.
O BNDES mantém-se atento aos possíveis impactos da guerra tarifária entre Estados Unidos e China sobre as exportadoras brasileiras, especialmente a Embraer, para qual o banco já concedeu aproximadamente US$26 bilhões em financiamentos desde 1997, viabilizando a exportação de mais de 1.300 aeronaves.