Fome em Gaza se agrava com bloqueio de Israel e afeta 2 milhões de pessoas, diz ONG

Fome em Gaza se agrava com bloqueio de Israel e afeta 2 milhões de pessoas, diz ONG

ONG Médecins du Monde alerta sobre desnutrição aguda na Faixa de Gaza, onde 2 milhões de pessoas são privadas de recursos essenciais devido ao bloqueio israelense

A Faixa de Gaza enfrenta uma crise humanitária sem precedentes devido ao bloqueio total imposto por Israel, que impede a entrada de ajuda humanitária há dois meses. Segundo relatório publicado pela ONG francesa Médecins du Monde na terça-feira (13), a população palestina sofre com “desnutrição aguda” que “atinge com força total” a região.

O documento destaca que as “restrições intoleráveis” impostas pelas autoridades israelenses sobre a ajuda humanitária se intensificaram desde 2 de março de 2025, privando cerca de 2 milhões de pessoas de recursos essenciais para sobrevivência.

Impacto na População

* A situação é especialmente crítica para bebês e mulheres grávidas e lactantes. Em 2024, aproximadamente 25% dos bebês menores de um ano e 19% das mulheres grávidas e lactantes foram diagnosticados com desnutrição aguda.

* Em menos de 18 meses, os níveis de desnutrição em Gaza atingiram patamares comparáveis aos de países que enfrentam crises alimentares prolongadas.

* Uma enfermeira da Médecins du Monde relatou o caso de uma menina de 4 anos com desnutrição aguda: “A perda significativa de cabelo era o sintoma mais marcante e devastador de sua condição. Seus cabelos caíam em tufos, deixando seu couro cabeludo quase nu”.

Desafios Diários

* Safaa Abed, estudante de 21 anos residente em Gaza, relatou ter perdido 5 kg, enquanto seus pais perderam cerca de 20 kg. “Temos que lutar todos os dias para ter ao menos uma refeição, e em pequenas quantidades”, afirmou.

* A falta de gás para cozinhar tornou a produção de pão um “verdadeiro desafio”. “Temos que queimar tudo o que encontramos, mesmo que isso nos cause problemas respiratórios, pois não há madeira para o fogo”, explicou Safaa.

* O acesso à água também é problemático, com pessoas precisando buscar água durante a madrugada para evitar longas filas.

A ONG francesa atribui a fome generalizada às decisões das autoridades israelenses sobre o controle da ajuda humanitária. O esgotamento das reservas alimentares, destruição das infraestruturas agrícolas e saque de comboios humanitários resultaram em grave escassez de alimentos e aumento dos preços.

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