Um homem foi condenado a 12 anos e 8 meses de prisão por ameaçar de morte e estupro as deputadas estaduais Beatriz Cerqueira (PT), Bella Gonçalves (Psol) e Lohanna (PV). O caso, que ganhou repercussão nacional, levou à Operação Diana, uma força-tarefa conjunta entre o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG), Polícia Civil e Polícia Militar. O réu foi preso em Olinda (PE) e transferido para a Penitenciária José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
Além das ameaças contra as parlamentares, o investigado — que usava os pseudônimos “Leon” e “Grow” — foi condenado por:
* Calúnia e injúria contra as deputadas;
* Divulgação de material pornográfico envolvendo adolescentes;
* Instigação à automutilação de menores;
* Propagação de símbolos nazistas;
* Associação criminosa em fóruns clandestinos da internet.
As investigações revelaram que ele atuava em grupos anônimos (“chans”) na deep web, onde eram compartilhados conteúdos de extrema violência, pornografia infantil e discursos de ódio.
A prisão ocorreu após a apreensão de computadores e celulares na casa do acusado, contendo arquivos de violência explícita e pornografia infantojuvenil. A perícia confirmou que ele não apenas coordenava ataques às deputadas, mas também coagia adolescentes a enviarem fotos íntimas.
O caso se tornou um marco no combate à violência política de gênero e crimes cibernéticos em Minas Gerais. A condenação reforça a atuação de órgãos como o Gaeciber (Grupo de Combate aos Crimes Cibernéticos) e a 12ª Promotoria de Justiça de BH.
O nome do réu não foi divulgado, e a defesa ainda pode recorrer da decisão. Enquanto isso, o cumprimento da pena em uma penitenciária de segurança máxima demonstra a gravidade dos crimes cometidos.