O Brasil registrou em 2023 a menor taxa de homicídios dos últimos 31 anos, com 45,7 mil mortes violentas, segundo dados do Atlas da Violência 2025, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP).
O estudo revela uma queda significativa nos números da violência no país, apresentando uma redução de 20,3% em comparação com 2013, quando foram registradas 57.396 mortes. A taxa atual é de 21,2 homicídios por 100 mil habitantes, representando uma diminuição de 2,3% em relação a 2022.
* O ano de 2017 registrou o maior número de casos, com 65.602 homicídios
* Em 2019, houve o menor registro até então, com 45.503 mortes
* Do pico em 2017 até 2023, a redução foi de aproximadamente 30%
* Em 2023, 71,6% das mortes violentas foram causadas por armas de fogo, totalizando 32.749 casos
* 20 estados apresentaram taxa superior à média nacional
* Amapá (57,4), Bahia (43,9) e Pernambuco (38) registraram as maiores taxas
* São Paulo (6,4), Santa Catarina (8,8) e Distrito Federal (11) apresentaram os menores índices
* 11 estados conseguiram reduzir sistematicamente a taxa de homicídios nos últimos oito anos
Segundo o pesquisador Daniel Cerqueira, do Ipea, dois fatores principais explicam essa tendência de queda: o envelhecimento da população e uma “revolução invisível” nas políticas de segurança pública. “Apesar do número exorbitante de mortes, trata-se da menor taxa de homicídios que o Brasil atingiu nos últimos 31 anos”, afirma.
O estudo também revelou a existência de “homicídios ocultos”, casos não adequadamente identificados pelos sistemas oficiais. Entre 2013 e 2023, foram estimados 51.608 homicídios ocultos no Brasil, uma média anual de 4.692 casos não contabilizados oficialmente.
Com a inclusão desses dados ocultos, a taxa estimada de homicídios no país chega a 23 casos por 100 mil habitantes, ainda assim mantendo-se como a menor desde 2013. São Paulo apresentou o caso mais significativo de subnotificação, com 2.277 homicídios não registrados em 2023, alterando sua taxa de 6,4 para 11,2 por 100 mil habitantes.