O governo federal exonerou Francisco Mano Barreto, servidor do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome, após denúncias de seu envolvimento em um esquema de fraudes bilionárias nos descontos de aposentados e pensionistas do INSS.
Francisco Mano Barreto ocupava, desde outubro de 2023, o cargo de chefe de gabinete da Secretaria de Avaliação, Gestão da Informação e Cadastro Único, setor responsável pela gestão do CadÚnico, uma das mais importantes bases de dados do governo federal que reúne informações dos beneficiários de programas sociais.
* A Polícia Federal realizou buscas tendo Francisco Mano Barreto como alvo e determinou o bloqueio de seus bens até o valor de R$ 101 milhões
* Investigações apontam que o servidor recebeu R$ 22,3 mil de uma empresa investigada entre março de 2023 e fevereiro de 2024, em transações consideradas suspeitas pelo Coaf
* A empresa que realizou os pagamentos recebeu R$ 2,7 milhões de três entidades que faziam descontos dos aposentados, todas alvos da operação Sem Desconto
* Francisco Mano Barreto atuou como ouvidor-geral da Previdência Social entre 2015 e 2017, período em que realizou diversas viagens ao Ceará para tratar de demandas sobre empréstimos consignados
* A PF mantém 13 inquéritos em andamento para investigar as fraudes do INSS, distribuídos em cinco estados: Ceará, Sergipe, Distrito Federal, Minas Gerais e São Paulo
* O servidor é o primeiro investigado de fora do Ministério da Previdência envolvido no caso
O Ministério do Desenvolvimento Social informou que não havia sido comunicado formalmente sobre as investigações por nenhum órgão competente e que, ao tomar conhecimento das denúncias, “determinou seu imediato afastamento do cargo comissionado”. A exoneração foi formalizada e será publicada no Diário Oficial da União.