Deputados da oposição ao governo Romeu Zema (Novo) manifestaram forte insatisfação durante audiência na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) nesta quinta-feira (8 de maio). O motivo da crítica foi a apresentação do Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag) pelo vice-governador Mateus Simões (Novo) sem que os projetos tivessem sido previamente disponibilizados aos parlamentares.
A sessão foi marcada por diversos questionamentos sobre a metodologia adotada pelo governo:
* O deputado Cristiano Silveira (PT) expressou seu descontentamento afirmando: “Essa reunião deveria acontecer em outra oportunidade, como nós solicitamos. Primeiro teríamos que ter acesso aos projetos para fazer um debate qualificado”.
* A deputada Beatriz Cerqueira (PT) destacou que o vice-governador utilizou 50 minutos para contextualizar o Propag, enquanto nenhum deputado tinha acesso aos 10 projetos em questão, declarando: “Foi uma gentileza do vice-governador estar conosco, tem esse mérito. Mas o mérito termina na gentileza”.
* O deputado Sargento Rodrigues (PL) reforçou a impossibilidade de análise adequada, afirmando: “Não tivemos acesso aos projetos até agora. Nenhum deputado teve acesso. E só vamos conseguir entender o que o governo está propondo quando tivemos acesso”.
Em resposta às críticas, o vice-governador Mateus Simões defendeu que o objetivo da audiência era iniciar as discussões sobre a adesão ao Propag, afirmando: “Só estou fazendo a apresentação para ser o pontapé inicial. O diálogo tem que começar e estamos fazendo isso aqui na Assembleia”.
Durante a sessão, Cristiano Silveira também criticou a ausência do governador Zema, sugerindo que sua ausência em debates aprofundados com o Legislativo demonstra fragilidade, fazendo referência ao episódio em que o governador comeu uma banana com casca ao ser questionado sobre preços de alimentos.
Os parlamentares da oposição também ressaltaram que o acordo pelo Propag foi construído inicialmente pela ALMG, defendendo que o Executivo deveria reconhecer essa contribuição do Legislativo no processo.