O meio-campista Miguelito, do América, foi suspenso preventivamente pelo Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) após acusação de injúria racial contra o atacante Allano, do Operário-PR. A decisão foi tomada pelo presidente do tribunal, Luís Otávio Veríssimo Teixeira, que acatou o pedido da Procuradoria.
O caso ocorreu durante partida no último domingo (4), quando Miguelito teria supostamente proferido ofensas raciais contra o jogador do Operário-PR. O boliviano foi enquadrado no artigo 243-G do Código Brasileiro de Justiça Desportiva (CBJD), podendo enfrentar suspensão de até 10 jogos e multa de R$ 100 mil.
Cronologia dos acontecimentos:
* Aos 30 minutos do primeiro tempo da partida, Allano acusou Miguelito de tê-lo chamado de “preto cagão”, conforme registrado na súmula pelo árbitro Alisson Sidnei Furtado
* O árbitro realizou o protocolo antirracista da Fifa, interrompendo momentaneamente a partida com o sinal de “X” feito com os braços
* Miguelito permaneceu detido até a noite de segunda-feira (7) no Paraná, onde prestou depoimento negando as acusações
Em seu depoimento, o jogador boliviano negou ter proferido as palavras: “Nenhum momento eu cheguei e falei com ele diretamente. Aí foi quando ele chegou em mim e começou a falar: “Você me chamou de preto, me chamou de preto?”. E eu olhando para ele com cara de que não estava entendendo o que ele estava falando”.
O América manifestou apoio ao seu atleta através de nota oficial, afirmando confiar em sua palavra e oferecendo suporte jurídico. O clube também reforçou sua posição contra o racismo: “O Clube reafirma seu compromisso inabalável no combate ao racismo. Esses valores são inegociáveis, e o América Futebol Clube repudia veementemente qualquer ato de preconceito e discriminação”.
A suspensão preventiva foi justificada como “instrumento cautelar adequado, proporcional e necessário à preservação da moralidade e da credibilidade da competição em que se desenvolveram os fatos”. O julgamento definitivo do caso ainda não tem data definida.