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O ministro do Interior da França, Bruno Retailleau, implementou uma mudança significativa na política de naturalização do país ao apresentar, nesta segunda-feira (5), uma nova circular que estabelece critérios mais rigorosos para estrangeiros que desejam se tornar cidadãos franceses.
“Ser francês é algo que deve ser merecido, e precisamos ser muito exigentes”, declarou Retailleau durante visita a uma delegacia de polícia em Créteil, ao sul de Paris. O ministro enfatizou que “a nacionalidade e a cidadania francesas devem se basear não apenas na ascendência, mas principalmente em um sentimento de pertencimento.”
Os novos critérios estabelecidos pela circular incluem três pontos fundamentais:
* Respeito às leis: As autoridades de segurança deverão recusar pedidos de estrangeiros que tenham estado em situação irregular no passado. Este critério foi destacado como uma prioridade absoluta na avaliação dos candidatos.
* Domínio do idioma e conhecimento cultural: O nível exigido no exame oral de francês será elevado. Além disso, a partir de 1º de janeiro de 2026, será implementado um exame cívico para avaliar o conhecimento dos candidatos sobre a história e cultura francesa.
* Independência financeira: Os candidatos deverão comprovar recursos suficientes para não dependerem da assistência social, demonstrando sua inserção efetiva no mercado de trabalho.
A nova circular, um documento de cinco páginas acompanhado da carta de direitos e deveres do cidadão francês, foi distribuída a todos os comissários de polícia da França. Esta medida representa uma continuidade da política de Retailleau, que já havia revisado em janeiro as condições de regularização de estrangeiros sem documentos no país.
Em 2024, a França registrou um aumento de 8,3% nas naturalizações em comparação com 2023, totalizando 66.745 pessoas que obtiveram a nacionalidade francesa por decreto ou declaração. Segundo o Ministério do Interior, este crescimento está relacionado à regularização de processos após dificuldades técnicas do ano anterior.
