Existe, cada vez mais, a preocupação e a angústia nas pessoas de precisar fazer parte de tudo. Ao mesmo tempo, aumentam os relatos de cansaço e esgotamento físico e mental.
E aí pergunto: o que será que está acontecendo para que cheguem a esse estado de exaustão?
As pessoas frequentemente sentem que precisam ser mais produtivas, participativas e, sobretudo, fazer mais. Quase um consumismo de si próprias, no sentido de buscar uma melhor performance o tempo todo — na vida pessoal e também na rotina profissional.
Essa ânsia e esse movimento que nos pautam a sermos melhores para que sejamos valorizados acabam gerando uma carga gigantesca e um enorme adoecimento.
É quase constante vermos pessoas vivendo a necessidade de estarem em todos os lugares, visitarem exposições e manterem suas agendas culturais em dia — ao mesmo tempo em que existe quase um controle interno que não permite uma pausa.
Esse ritmo tão intenso, essa busca pela performance em todas as áreas da vida, adoece. É como se estivéssemos vivendo uma competição na qual, às vezes, somos nosso mais terrível e cruel vilão, pois não nos é permitido aquilo que é tão vital e simples para a nossa saúde mental: o tempo de pausa.
Sem o tempo de introspecção e de reflexão, não escutamos nossas necessidades. Dessa forma, deixamos de perceber que essas escolhas são a nossa possibilidade de crescimento e amadurecimento.
Para que o que é verdadeiramente importante possa surgir — e não apenas ser mascarado com o prazer e a satisfação de se ter algumas coisas — é preciso desenvolver um caminho que permita aflorar a nossa sensibilidade e o respeito por aquilo que podemos ser e ter.