Um estudo publicado na revista científica Nature Medicine identificou seis subtipos de depressão e ansiedade, utilizando imagens de ressonância magnética e inteligência artificial.
A pesquisa envolveu 801 pessoas diagnosticadas com depressão ou ansiedade, que foram submetidas a uma ressonância magnética funcional. Este exame específico analisa a ativação de áreas das estruturas cerebrais, não sendo comumente utilizado na prática psiquiátrica rotineira. Os participantes tiveram sua atividade cerebral avaliada em repouso e durante exercícios cognitivos e funcionais, sendo comparados com um grupo controle de 137 pessoas saudáveis.
Os pesquisadores focaram em regiões cerebrais conhecidas por desempenhar um papel na depressão. Utilizando inteligência artificial, foram mapeados seis padrões distintos de atividades cerebrais nestas áreas.
Ao todo, 250 participantes aleatórios receberam um dos três antidepressivos mais comuns (escitalopram, sertralina e venlafaxina) ou foram encaminhados para terapia cognitivo-comportamental (TCC).
O estudo verificou mudanças na resposta ao tratamento de acordo com o subtipo da depressão baseado nas atividades cerebrais. Os resultados mostraram que as diferenças dos subtipos se correlacionavam com os diversos sintomas relatados pelos voluntários.
O diagnóstico correto da depressão é fundamental para o tratamento adequado. Atualmente, o diagnóstico é essencialmente clínico, baseado em diversos fatores como biografia do indivíduo, sintomas relatados, características psicológicas, histórico familiar e perfil genético.
Cerca de 30% dos pacientes são resistentes ao tratamento, não melhorando os sintomas mesmo após múltiplas tentativas de troca de medicamentos.
Para até dois terços das pessoas com depressão, o tratamento não consegue reverter totalmente os sintomas para níveis considerados saudáveis.