O governo de Donald Trump intensificou sua batalha contra a presença de pessoas transgênero nas Forças Armadas dos Estados Unidos ao solicitar à Suprema Corte a implementação imediata da proibição de militares trans no serviço militar. A ação ocorre após um juiz federal ter suspendido, em março, uma ordem executiva do ex-presidente que excluía pessoas transgênero do exército.
O Departamento de Justiça, em sua petição à mais alta corte do país, argumentou que “a liminar do tribunal usurpa a autoridade do poder Executivo para determinar quem pode servir nas Forças Armadas do país”. O governo solicita que a Suprema Corte “deve suspender a liminar do tribunal em sua totalidade” ou, alternativamente, “no mínimo, suspender a liminar com exceção de oito indivíduos”.
A ordem executiva assinada por Trump no final de janeiro tinha como objetivo “livrar” o exército “da ideologia transgênero”. O decreto argumentava que “a adoção de uma identidade de gênero incompatível com o sexo de um indivíduo contradiz o compromisso de um soldado com um modo de vida honrado, verdadeiro e disciplinado, mesmo na vida pessoal”.
A questão dos militares transgênero nas Forças Armadas americanas tem sido marcada por mudanças significativas:
* Em 2016, durante o governo Obama, a proibição sobre militares transgênero foi suspensa, permitindo que servissem abertamente
* A partir de 1º de julho de 2017, recrutas transgênero começaram a ser aceitos oficialmente
* Com a chegada de Trump ao poder, houve uma tentativa de reverter completamente essa política inclusiva
* Em 2021, Joe Biden, ao assumir a presidência, trabalhou para eliminar as restrições, defendendo que todos os americanos qualificados deveriam poder servir
Atualmente, estima-se que cerca de 15 mil pessoas transgênero sirvam em um contingente total de mais de dois milhões de militares americanos. A possível demissão desses profissionais poderia impactar negativamente as Forças Armadas, que já enfrentam desafios no recrutamento.