Marcilio Alves: ‘Estudo mostra que Marcas estão perdendo R$ 1,57 bilhão com creators e influencers’

Marcilio Alves: ‘Estudo mostra que Marcas estão perdendo R$ 1,57 bilhão com creators e influencers’

Um estudo da empresa BrandLovers revelou que mais da metade dos investimentos em marketing de influência no Brasil são desperdiçados por três motivos: a escolha errada de creators, a precificação ineficaz e a segmentação desalinhada

Você já parou para pensar em quanto custa uma escolha mal feita? No universo das marcas, esse custo pode passar de um bilhão de reais. Sim, mais precisamente R$ 1,57 bilhão desperdiçado todos os anos em campanhas com influenciadores.

O marketing de influência movimenta mais de R$ 2,18 bilhões por ano no Brasil. Mas, segundo o estudo da BrandLovers (2025), cerca de R$ 1,57 bilhão desse valor é desperdiçado anualmente. Isso representa dois terços dos orçamentos destinados a campanhas com creators.

“É como se você comprasse uma pizza e, na hora da entrega, chegassem apenas 1/3 das fatias que você pediu, com a diferença de que, no caso do dinheiro perdido nas campanhas, estamos falando de uma frustração bem maior.” – Rapha Avellar, Fundador & CEO da BrandLovers

Por que isso acontece?
Porque boa parte das marcas ainda escolhe creators pela métrica mais visível — número de seguidores — e não pelas variáveis que realmente importam: engajamento, fit com a audiência e custo por visualização (CPView).

Quando marcas apostam apenas na popularidade, deixam de lado o que realmente importa: o impacto real. É como colocar todos os ovos em uma cesta de seguidores — bonita, chamativa, mas oca por dentro.

O que isso significa na prática? Significa que muitas marcas ainda estão comprando imagem ao invés de investirem resultado.

Da era da TV à era da influência: o que aprendemos (ou não)?

Se olharmos para os estágios da mídia, veremos uma transição clara. Saímos do palco central da televisão, onde a mensagem era massiva e inegociável, passamos pelos portais e redes sociais, e agora vivemos a era da influência — onde a confiança está nas mãos (e nas vozes) de pessoas reais.

Mas será que aprendemos a usar esse novo palco com inteligência?

Na minha visão, ainda estamos presos a métricas ultrapassadas. Seguidores não são garantia de atenção. Curtidas não compram produtos. E creators com milhões de views não necessariamente geram conversão. O verdadeiro valor está na capacidade de um criador de gerar conexão genuína com sua comunidade. Não estamos falando de falta de verba — estamos falando de falta de estratégia.

Micro vs. Macro: o que realmente importa?

Muita gente ainda acredita que o tamanho da audiência é o que define o sucesso de uma campanha. Mas os dados mostram o contrário: micro creators entregam até 65% mais eficiência por visualização do que grandes nomes. Por quê? Porque falam com nichos, com autenticidade, com verdade. E isso, no fim do dia, vale mais do que qualquer gráfico de alcance.

Na minha experiência com marcas que desejam gerar valor de verdade, o maior diferencial está em parar de buscar celebridades e começar a buscar relevância. O mercado está gritando por uma nova abordagem — e essa abordagem é mais científica, mais técnica, mais precisa.

Imagem: Segundo o estudo da Brandlovers, ainda que com o mesmo número total de seguidores (2M), os micro creators geram quase 3x mais visualizações e, por consequência, um CPView significativamente menor. Isso acontece porque o alcance real e a retenção da audiência são muito mais altos em perfis menores, onde a comunidade tem mais proximidade e confiança no criador.

Campanhas de influência precisam de dados, não de achismo

Estamos prontos para trocar o “eu acho” pelo “eu sei”? Para deixar a estética e os números vazios de lado e investir em dados reais, em algoritmos que nos ajudam a encontrar as pessoas certas, com a mensagem certa, no momento certo? Isso exige que as marcas migrem de um modelo subjetivo para uma abordagem orientada por dados.

Antes: número de seguidores como critério principal
Agora: métricas como CPView, compatibilidade de público, retenção e conversão

Antes: afinidade estética e associação de imagem
Agora: análise de impacto real, com otimização contínua baseada em dados

Segundo o estudo, marcas que adotaram algoritmos preditivos reduziram custos em mais de 60% e aumentaram o impacto em até 150%.

O marketing de influência precisa adotar o mesmo nível de ciência, dados e automação que vemos em canais como Google Ads e Meta Ads. Isso inclui:

  • CPView como métrica norteadora
  • Engajamento real como proxy de influência
  • Profile Fit: compatibilidade da audiência com o público-alvo da marca
  • Análise preditiva de comportamento de audiência

O futuro não está em seguir o maior. Está em investir no mais eficiente.

O marketing de influência não é mais o futuro. É o agora. Mas só faz sentido se for feito com inteligência e, acima de tudo, com propósito. Na minha visão, não é um território de intuição ou achismo é um canal de mídia. E, como toda mídia, precisa de dados, tecnologia, previsibilidade e retorno mensurável. Porque no final, não é sobre o número de seguidores. É sobre quantas pessoas foram de fato tocadas pela sua marca. E isso… não tem como comprar.

Vamos Refletir?

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Marcilio Alves perfil
Marcilio Alves
Consultor de marketing e comunicação com mais de 20 anos de experiência em gerenciamento de marcas, com atuação em negócios locais e no exterior. No Brasil, está à frente da NDG, agência de Branding que há mais de 15 anos impulsiona negócios e projetos, conectando marcas e pessoas, gerando resultados em diversos segmentos, com clientes no Brasil, Portugal, Angola e Estados Unidos.

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