Familiares de presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023 planejam realizar uma greve de fome para pressionar o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, a pautar o requerimento de urgência para votação do PL da Anistia. A informação foi confirmada após divulgação inicial pela CNN.
A iniciativa foi inspirada no protesto recente do deputado federal Glauber Braga (Psol-RJ), que permaneceu oito dias em greve de fome na Câmara após o Conselho de Ética aprovar um pedido de cassação de seu mandato.
* O projeto de anistia aos envolvidos nos atos que resultaram na depredação dos prédios públicos na Praça dos Três Poderes foi colocado em espera pelo então presidente da Câmara, Arthur Lira, em outubro de 2024
* A pressão aumentou após a Primeira Turma do STF decidir abrir ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outras sete pessoas por golpe de Estado
* Na última semana, a oposição protocolou um requerimento de urgência para votação do PL da Anistia, obtendo 262 assinaturas, incluindo deputados da base governista
Hugo Motta indicou que levará o tema para discussão no colégio de líderes do Legislativo, com reunião marcada para quinta-feira (24). Enquanto governistas tentam barrar o projeto, a oposição busca estratégias para pressionar o presidente da Câmara.
Segundo um parlamentar do PL ouvido pela reportagem, a avaliação é que Hugo Motta só tomará uma posição diante de forte pressão popular, já que evita assumir o ônus de qualquer decisão. A estratégia da greve de fome, embora não confirmada, permanece como uma possibilidade para testar se o presidente da Câmara adotará “dois pesos e duas medidas”.
Caso o requerimento seja aprovado pelo plenário, o texto ainda precisará passar pelo Senado e receber sanção presidencial. A proposta tem como principal objetivo beneficiar pessoas envolvidas nos atos de 8 de janeiro, incluindo possíveis implicações para processos em andamento.