O secretário de Estado dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou que o país pode abandonar os esforços de mediação de paz entre Rússia e Ucrânia caso não haja progresso significativo nos próximos dias. A declaração foi feita em Paris, após reuniões com líderes europeus e ucranianos.
“Não vamos continuar com esse esforço por semanas e meses a fio. Portanto, precisamos determinar muito rapidamente agora, e estou falando em questão de dias, se isso é possível ou não nas próximas semanas”, afirmou Rubio. O secretário ainda acrescentou que se um acordo não for viável, o presidente americano provavelmente dirá: “bem, estamos acabados”.
* As declarações de Rubio refletem a crescente frustração da Casa Branca com a intransigência russa, segundo três fontes diplomáticas europeias.
* O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, afirmou que houve algum progresso nas negociações, mas admitiu que os contatos com Washington são difíceis.
* As conversas em Paris foram as primeiras negociações substanciais de alto nível sobre a iniciativa de paz que incluíram potências europeias.
* A Rússia, através do presidente Vladimir Putin, exige que a Ucrânia abandone suas ambições de integrar a OTAN
* Moscou também reivindica o controle total de quatro regiões ucranianas
* Kiev considera estas exigências equivalentes a uma rendição
A guerra continua ativa, com um recente ataque de mísseis russos em Sumy, no nordeste da Ucrânia, resultando em 35 mortes – incidente que Trump classificou como “erro”. Se Washington se retirar das negociações, os esforços de paz podem fracassar, já que nenhuma outra nação possui capacidade similar de pressionar Moscou e Kiev.
Rubio informou que manteve contato com o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, após as conversas “construtivas” em Paris, compartilhando elementos da estrutura de paz proposta pelos EUA. O gabinete do presidente ucraniano Volodymyr Zelenskiy considerou as negociações construtivas e positivas.
As consequências de uma possível retirada americana das negociações ainda são incertas. Os EUA poderiam manter sua política atual de sanções à Rússia e ajuda a Kiev, ou Trump poderia optar por suspender os pagamentos à Ucrânia.