A Polícia Federal intensifica as investigações sobre a chamada “Abin Paralela” com o depoimento do atual diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Luiz Fernando Corrêa, e do ex-diretor-adjunto Alessandro Moretti. O caso investiga suspeitas de espionagem ilegal durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.
O foco principal da investigação recai sobre um suposto ataque hacker promovido pela Abin contra sistemas do Paraguai, com o objetivo de acessar informações confidenciais sobre as negociações relacionadas à Usina Hidrelétrica de Itaipu, empreendimento administrado conjuntamente pelos dois países.
A investigação ganhou força após um servidor da Abin prestar depoimento à PF revelando detalhes sobre a operação não autorizada. Em consequência dessas revelações, a Polícia Federal abriu um inquérito específico para apurar se a antiga gestão da agência atuou deliberadamente para obstruir as investigações sobre o caso.
Alessandro Moretti foi exonerado de seu cargo no início de 2024, quando as primeiras suspeitas vieram à tona. Desde então, a permanência de Luiz Fernando Corrêa no comando da Abin tem gerado questionamentos entre membros da base do governo Lula, que demonstram preocupação com as implicações das investigações em curso.