Trump impõe tarifas que beneficiam Centro-Oeste

Trump impõe tarifas que beneficiam Centro-Oeste

Guerra comercial entre EUA e China gera impacto desigual nas regiões do Brasil, com ganhos bilionários para o Centro-Oeste e perdas para o Sudeste

A guerra comercial iniciada por Trump entre Estados Unidos e China, marcada pela imposição de tarifas de importação, está gerando impactos significativamente diferentes nas regiões brasileiras, segundo estudo da UFMG.

De acordo com simulação realizada pelo Núcleo de Estudos em Modelagem Econômica Aplicada (Nemea) da UFMG, enquanto o Centro-Oeste deve registrar um ganho estimado de R$ 6,94 bilhões no PIB regional, o Sudeste deve sofrer uma perda de aproximadamente R$ 7,16 bilhões.

Impactos Regionais

* O Centro-Oeste deve se beneficiar da valorização e aumento das exportações de produtos agrícolas, especialmente soja e derivados de petróleo
* Estados como Bahia, Maranhão e Piauí apresentam perspectivas positivas, enquanto Minas Gerais, São Paulo e Rio de Janeiro – os três estados com maior PIB do país – devem registrar perdas significativas
* No Nordeste, o impacto é variado: o saldo geral é positivo em R$ 1,8 bilhão, mas apenas Bahia, Maranhão e Piauí devem ganhar cerca de R$ 2,4 bilhões conjuntamente
* Seis estados nordestinos (Alagoas, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Sergipe) devem sofrer perdas de aproximadamente R$ 609 milhões

O cenário projetado considera as medidas anunciadas entre 7 e 11 de abril, quando os EUA impuseram impostos de 145% sobre importações chinesas e sobretaxas de 25% sobre automóveis e aço. Em resposta, a China elevou em 125% as tarifas para produtos americanos.

“Os resultados regionais derivam basicamente dos setores, dos produtos beneficiados ou prejudicados nessa guerra comercial”, explica o pesquisador Edson Paulo Domingues do Nemea, que integra o Centro de Desenvolvimento e Planejamento Regional (Cedeplar) da UFMG.

A disparidade regional está relacionada à expansão do agronegócio no Cerrado, especialmente na região do Matopiba. Segundo a bióloga Mônica Meyer, “o cerrado foi devastado com as monoculturas de soja e milho. Tem também a devastação com a produção do carvão vegetal que foi alimentar as siderúrgicas e a ocupação das áreas cada vez maiores com o eucalipto. E isso é claro que causa um impacto enorme na sustentabilidade e biodiversidade da região”.

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